"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

UM CASTIGO ANTIGO

Penso que não existe alguém de sã consciência, neste País, que deixe de concluir que a gentalha desclassifica de Lula e Dilma acabou por arrasar esta Nação. Penso igualmente que é difícil deixar de concluir que, antes daqueles, outros calhordas foram também responsáveis pelo atual estado de coisas.

Fico surpreso, entretanto, quando ouço agora uma turma de luminares – babilacas eméritos da fundação tal, do instituto tanto – recomendando, sem pudor, soluções milagrosas para resgatar o País no precipício ao qual foi lançado. Todos tiveram suas chances e pouco ou nada fizeram pelo Brasil. Vejo que, por acaso, são os mesmos economistas socialdemocratas e de outras tendências que, há décadas, engendraram planos econômicos fracassados e adotaram outras medidas incompetentes, cujas consequências ruinosas até hoje suportamos.

Ora, falando em “Ioruba”, como um dia cantou Vinícius de Morais, me perdoem a falta de elegância, mas que vão todos pra “tonga da mironga do kabuletê” (traduzindo o idioma Nagô: ao pêlo do ... da mãe), até porque sempre estiveram aqueles portentos a serviço dos poderosos, e estes nunca quiseram mudar nada. Para tanto, além deles temos de tudo.

Tem chefão socialista incensando empregado ou lacaio de grande conglomerado de comunicação, em busca de uma aliança espúria entre a esquerda sorrateira e o negocismo manipulador mirando, como sempre, na imbecialização do povo à custa da grana do nosso bom e generoso BNDES. Está parecendo que o negócio em si não vingará e se assim for é porque certamente a emissora dona do pedaço não combinou no preço.

Tem um enxame de “candidatinhos” da esquerda delinquente disputando como abomináveis hienas a carniça do PT, cônscios de sua falta de chance, mas certos que terão algum cacife para negociar com o próximo governo.

Tem de tudo e para todos os gostos, até novos nomes de muitas cores e matizes, mas ninguém disposto a levantar o povo para a sua frente marchar objetivando destruir a situação reinante que nos levou ao caos moral, econômico e social.

Esta situação parece não nos oferecer uma saída. É como se tudo estivesse contaminado a ponto de se constatar que um simples protesto de nossa gente contra toda essa ignomínia, como agora ocorreu nos desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro, ao invés de expressar o sentimento espontâneo do povão veio marcado pelo sempre falso e torpe “politicamente correto”, livrando da crítica o PT e sua corja, como se não tivessem nada com o que aí está.

Como um dia disse o grande Ruy, em praça pública, “diante disto, depois disso nem sei como principie”. A não ser mediante uma medida drástica como aquela que antes me referi, tal como qualquer homem de bem neste País também não sei o que fazer, nem como principie, ou de que forma possamos nos livrar, definitivamente, de toda essa gente abjeta que tomou os três poderes desta Nação de assalto, nos últimos 30 anos.

Parece que está todo mundo cansado, exausto e saciado com algumas “prisõezinhas” espetaculares, mesmo que decepcionado com iguais shows de solta bandidos que surgem em meio a sinais de uma longa e doída recuperação econômica, que por muito tempo ainda, não vai nos restituir os mais de 13 milhões de empregos. Desta maneira vejo a classe mais esclarecida da sociedade sentar de braços cruzados, convicta de que o melhor é esperar. Esperar o quê?

Quando pergunto para a pobre gente do povo que encontro por aí se não acha que a prisão de alguns figurões prova que o Brasil mudou, de plano ela rebate: e o senhor acha que os graúdos vão ficar presos, por muito tempo, como os pobres ficam e em celas abarrotadas, comendo “quentinhas” azedas? Acha mesmo? “Em breve estarão de volta para gastar o muito que roubaram.” Arrematando acrescenta: “veja o caso de um ex Deputado condenado no “Mensalão” e posto em liberdade para viver com os milhões que roubou e que tem prestígio para indicar a filha para o cargo de Ministro do governo atual.”.

A aflição que me domina a alma, a dor diante de nossas legiões de desvalidos e o desespero que me invade em face da intransponível sensação de impotência, assolam meu espírito que, desassossegado, busca, na história do mundo, a solução para a libertação de nossa gente.

Aí o pensamento voa e me pego desejando a todos que nos causaram tanto dano que, por exemplo, padeçam sob algo semelhante às 10 pragas bíblicas com as quais sofreu o Faraó e sua gente, quando o Deus de Israel humilhou os deuses egípcios, até que seu povo caminhasse liberto para as terras de Canaã (Êxodo 12.12). Menos eles não merecem. Já disse aqui mais de uma vez: “se aquela gente tivesse que pagar com a vida o mal que fizeram ao Brasil, ainda seria pouco”.

Assim como o Nilo se transformou em sangue punindo o governo opressor, auguro que os vermes da vida pública, que abandonaram nossa população nas mãos de sanguinários assassinos do narcotráfico, sejam atormentados noite e dia pela visão delirante do sangue dos inocentes trucidados nos guetos, nas favelas e nas palafitas do País.

Tal como ocorreu no caso das pragas de répteis, de parasitas e de insetos que, humilhando os deuses egípcios, destruíram os bens e as riquezas acumuladas pelos dominadores à custa do sangue e do suor do povo hebreu espero que os príncipes e os mandarins da máquina pública e os chupins do erário, habituados a receber seus gordos proventos antes mesmo qualquer um, experimentem igual miséria e pobreza que impuseram aos quase 20 milhões de brasileiros, atingidos pelo desemprego.

Da mesma forma que o povo do Nilo viu seus primogênitos morrerem e com eles os primeiros filhos dos seus animais, por causa do muito que mantiveram os judeus escravos de seu poder e ganância, até temo quando a hora do acerto de contas chegar pelo que pode vir a ocorrer com essa horda de políticos ladrões que transformaram os hospitais públicos, com suas filas de pedintes ou mendicantes, em verdadeiras câmaras de sofrimento e de morte.

Quem sabe se a indigência e a escuridão infringidas ao povo dominador, que por três dias desafiou o poder de Rá (o grande deus sol do Egito) também chegarão para os poderosos e para as sanguessugas da riqueza nacional, despindo-os de suas pompas e fausto até que experimentem a vida sofrida que trouxeram para a gente brasileira!

Os tempos de hoje se revestem de uma aura e de uma realidade bem diversas das dos povos antigos, mas quando se trata de falta de liberdade ou do essencial para prover a própria mantença, o homem reagiu sempre da mesma forma e com igual intensidade. Quando tudo falta é ao seu Deus que suplica, porque mesmo sem mais coisa alguma o mal nunca foi bastante para arrancar sua fé e sua esperança.

Depois de tudo o que essa Nação descobriu em relação aos crimes praticados contra o povo, não posso admitir que, de uma forma ou de outra, todos os responsáveis – todos sem exceção - deixem de ser punidos e, enquanto espero impotente tal como exaurido e triste aguarda o homem comum, rogo ao Todo Poderoso, como um dia suplicou o poeta dos escravos, Castro Alves: “Dizei-me vós, Senhor Deus! (se é possível haver) Tanto horror perante os céus?”


18 de fevereiro de 2018
Jose Mauricio de Barcellos ex-Consultor Jurídico da CPRM-MME é advogado.

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