"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

PROCURADORIA ANALISARÁ SE CRISTIANE BRASIL COAGIU SERVIDORES NA CAMPANHA ELEITORAL

Charge do Nani (nanihumor.com)
A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-RJ) vai analisar se houve coação de servidores da Prefeitura do Rio na fala da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) durante a campanha eleitoral de 2014, quando ela atuava como secretária municipal no Rio. As declarações, gravadas durante uma reunião com servidores da Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida da Prefeitura do Rio, da qual Cristiane era titular, foram divulgadas pela TV Globo neste domingo, dia 4. Nos áudios, Cristiane diz que se não se elegesse, os servidores perderiam o emprego “no outro dia”.
A PRE-RJ afirma ter sido notificada dos áudios apenas na tarde desta segunda-feira, dia 5, e diz que o material seguiu para análise no órgão. Por isso, ainda não é possível afirmar que uma investigação será aberta. Caso seja iniciada uma apuração, ela deve ser remetida para a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), já que Cristiane tem foro privilegiado. Na gravação, Cristiane diz aos servidores da Prefeitura do Rio que eles devem atuar em prol de sua candidatura: “Eu só tenho um jeito de manter o emprego de vocês: me elegendo”, adverte.
POLÊMICAS –  A gravação é mais uma da série de polêmicas envolvendo Cristiane Brasil desde que foi indicada pelo pai — o ex-deputado federal e presidente nacional do PTB Roberto Jefferson — para assumir o Ministério do Trabalho, no dia 3 de janeiro. No fim de semana, o jornal “O Estado de S.Paulo” informou que, desde 2010, Cristiane Brasil é investigada por associação para o tráfico, por conta de um esquema na campanha eleitoral de 2010.
Segundo o inquérito — iniciado pela Polícia Civil do Rio, remetido ao Ministério Público Estadual e agora remetido à Procuradoria-Geral da República (PGR) —, Cristiane e três assessores participaram de um acerto com traficante do bairro de Cavalcanti, na Zona Norte do Rio.
O objetivo seria garantir que apenas o candidato a deputado estadual Marcus Vinícius (PTB) — ex-cunhado da deputada — pudesse fazer campanha nas comunidades Morro da Primavera, Parque Silva Vale e JJ Cowsert. Cristiane Brasil foi a candidata mais votada para a Câmara dos Deputados nas seções eleitorais de Cavalcanti.
AÇÕES TRABALHISTAS – Logo após a escolha para o Ministério do Trabalho, a TV Globo informou que Cristiane Brasil havia sido condenada em ações trabalhistas movidas por ex-motoristas, que teriam sido mantidos sem carteira assinada. Por conta disso, um grupo de advogados trabalhistas obteve uma liminar na 4ª Vara Federal de Niterói para suspender a posse da deputada federal no cargo.
Após uma sucessão de recursos movidos pelo governo, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, decidiu manter a suspensão da posse. A ministra decidiu impedir Cristiane de assumir o ministério até que pudesse analisar uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que permitiu a posse.
Na última semana, foi divulgado um vídeo no qual Cristiane, ao lado de um grupo de amigos em um barco, diz não dever nada aos seus funcionários. Nas imagens, ela ainda questiona os trabalhadores que buscam a Justiça do Trabalho. “O que pode passar na cabeça das pessoas que entram contra a gente em ações trabalhistas?”.

06 de fevereiro de 2018
Igor Mello
O Globo


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