"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

93% DOS BRASILEIROS NÃO SE SENTEM REPRESENTADOS PELOS POLÍTICOS

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Charge do Jorge Braga (Charge Online)
Foi esse o resultado da pesquisa revelada no encontro de sexta-feira do movimento RenovaBR quando foram colocados os nomes de Joaquim Barbosa e Luciano Huck como possíveis candidatos à presidência da República nas urnas de outubro. A informação está contida na reportagem de Gilberto Amêndola , edição de domingo de O Estado de São Paulo. Participando do evento, Renato Meirelles, que preside o Instituto Locomotiva, ligado ao movimento, acentuou que o altíssimo índice de rejeição aos políticos tradicionais decorre de não serem eles transparentes para com a sociedade. Trata-se, portanto, de uma reação natural dos eleitores e eleitoras do país.
Essa falta de representatividade é o ponto chave da questão, a meu ver. Os candidatos geralmente se elegem fazendo afirmações na campanha que não se traduzem em atos concretos, depois de investidos nos mandatos pelo voto popular. Tal comportamento se generaliza de tal forma que está projetando uma nuvem de descrédito em torno da esmagadora maioria de candidatos.
EM BUSCA DO VOTO – Os políticos tradicionais, quando na televisão, fazem a defesa de posições amplamente populares e assumem compromissos tácitos em torno delas. É a voz à procura do voto. O voto ocorre, mas as promessas são esquecidas. O eleitorado sente-se traído, gostaria de poder resgatar seu voto. Porém, já é tarde – uma vez consignado, o voto torna-se irreversível.
Os problemas brasileiros são múltiplos e muitos. As teorias se vão com o vento e não apresentam correspondência na prática. Os eleitores assim caminham através de frustrações sucessivas. A maior delas aconteceu em 2014 com a reeleição de Dilma Rousseff. Ela disse uma coisa na campanha e passou para o lado oposto tão logo assegurou sua permanência no Planalto. Este foi o motivo talvez principal de seu impedimento e sua queda.
CONTRADIÇÕES – A história do próprio PT é marcada por contradições de grande porte. Lula chegou ao governo empunhando a bandeira da reforma social. Ao longo de seus mandatos, a substituiu pela bandeira do conservadorismo.
O povo brasileiro, agora, torna-se testemunha da contradição que atravessou a ponte do quadro legal para o espaço da ilegalidade. Começou com o mensalão, acabou com o Petrolão e o fracionamento político da Petrobrás e do BNDES. Uma sucessão de escândalos. Contradições em série. Mais uma vez, entretanto, as urnas da democracia se apresentam. É preciso que a mendacidade seja substituída pelo compromisso que os candidatos assumem na busca do voto. Trata-se de exigência reclamada pela voz do povo.
UM OUTRO ASSUNTO – Bruno Vilas Boas, na edição desta segunda-feira no Valor, com base em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, revela que o índice de emprego informal no país atingiu 38% em 2017. Um absurdo: o trabalho sem carteira assinada implica, na grande maioria dos casos ao não recolhimento correspondente ao salário para o INSS e representa também o descompromisso do empregador, ao mesmo tempo, para o INSS e FGTS.
Este total de 38%, em números absolutos, significa mais de 30 milhões de pessoas. Com isso, a receita previdenciária, já abalada pelo desemprego, desce ainda mais. Esse é um fator que deve ser visto com mais atenções pelo governo, inclusive porque no futuro refletirá nos direitos sociais dos que exercem trabalho informal. A reforma da Previdência devia começar exatamente a partir daí.

06 de fevereiro de 2018
Pedro do Coutto

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