O presidente Michel Temer parecia ser um político de sorte. Em seis campanhas para deputado, só conseguiu votação expressiva em uma delas (2002), quando foi o sexto candidato mais votado de São Paulo.
Em outras três (1986, 1990 e 2006), ficou como suplente, mas sempre dava um jeito para assumir.
Apesar de ser discreto, antipático e autoritário, desde o primeiro mandato, em 1987, mostrou ser um mestre nos bastidores e se tornou um dos políticos mais importantes do país, como presidente do PMDB e da Câmara dos Deputados. Depois, em novo golpe de sorte, virou presidente da República, devido ao impeachment de Dilma Rousseff, em maio de 2016.
Nos últimos tempos, seu envolvido com esquemas de corrupção ficou mais do que comprovado, porém a sorte continuava protegendo Temer. Mesmo denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República, ele conseguiu comprar apoio na Câmara para evitar o afastamento do cargo e os processos criminais. A facilidade foi tamanha que Temer julgou ter escapado ileso e passou até a sonhar com a reeleição à Presidência. Mas estava enganado. Pode até se candidatar, mas não terá a menor chance de ser eleito, porque vai ser destruído pela Lava Jato.
INVESTIGAÇÃO MASSIVA – Seria ilusão achar que as investigações sobre Temer iriam ser interrompidas devido à posição firme da Câmara, que por ampla maioria suspendeu os dois processos contra ele. Mas as aparências enganam muito na política.
Conforme acentuamos diversas vezes aqui na “Tribuna da Internet”, a força-tarefa da Lava Jato jamais aceitou a blindagem política de Temer. Os procuradores e delegados federais fizeram exatamente o que o presidente não esperava e continuaram a apurar os crimes dele, mas de forma indireta. Assim, quando a força-tarefa investiga indiciados ou réus ligados a ele, como os ex-assessores Rocha Loures e José Yunes, ou os demais membros do chamado “quadrilhão” do PMDB, é claro que Temer também está sendo alvo das apurações, embora o Supremo esteja formalmente impedido de processá-lo.
E as frentes são múltiplas, porque Temer é alvo também em outros processos, referentes às empresas Odebrecht, JBS e Rodrimar, em investigações que são prioritárias e estão caminhando com celeridade.
PORTO DE SANTOS – A nova intimação do coronel João Batista Lima Filho, amigo e ex-assessor de Temer, é mais um capítulo da novela destinada a incriminar o presidente da República e evitar sua reeleição em outubro.
A força-tarefa já descobriu que, ao atuar como operador de Temer, o coronel aposentado da PM mantinha contatos com Joesley Batista, Moreira Franco e Jose Yunes. E o celular dele registra 12 conversas telefônicas feitas entre Lima e o presidente, entre abril de 2016 e maio de 2017.
É apenas o começo. Daqui para frente, a força-tarefa vai soltar sucessivas informações envolvendo Temer com atos de corrupção. O objetivo é desmontar a chamada operação Abafa, arquitetada nos três Poderes para inviabilizar a Lava Jato, a partir da iniciativa em curso para derrubar as prisões após condenação em segunda instância.
NOS BASTIDORES – É uma briga espetacular, tipo “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, que corrói Brasília por dentro. O núcleo duro do Planalto – Temer, Padilha e Moreira – achou que poderia abafar a Lava Jato com apoio de seus aliados no Congresso e no Supremo, mas foi ilusão à toa, como diria Johnny Alf.
Na verdade, a Lava Jato tornou-se um fenômeno incontrolável, irrefreável e indomável, que mostra a força da nova geração da Justiça Federal, do Ministério Público e da Receita, que se uniram para moralizar o país.
O fato concreto é que a geração ainda no poder fracassou inteiramente e conseguiu tolher o desenvolvimento socioeconômico da nação de maior potencial do mundo. Por isso, é recomendável que confiemos na capacidade dos mais jovens, até porque o futuro pertence a eles, e não a nós.
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P.S. – A sorte já abandonou Temer. E quem tentar se aliar a ele vai se arrepender. Vejam o que está acontecendo a Roberto Jefferson e à filha dele. Se não abandonarem logo Temer e se fingirem de mortos, vão sucumbir abraçados a ele. É incrível que um político experiente e esperto como Jefferson ainda não tenha percebido o que está acontecendo. (C.N.)
P.S. – A sorte já abandonou Temer. E quem tentar se aliar a ele vai se arrepender. Vejam o que está acontecendo a Roberto Jefferson e à filha dele. Se não abandonarem logo Temer e se fingirem de mortos, vão sucumbir abraçados a ele. É incrível que um político experiente e esperto como Jefferson ainda não tenha percebido o que está acontecendo. (C.N.)
06 de fevereiro de 2018
Carlos Newton
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