"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

O NOVO FETICHE LENINISTA DO NEW YORK TIMES: UNIÃO SOVIÉTICA E ECO-NOTÍCIAS FALSAS



Como parte da recente celebração do centenário golpe comunista na Rússia (“O Século Vermelho”) o jornal publicou no dia oito de agosto um artigo de um certo Fred Strebeigh, um professor associado dos departamentos de estudos ambientais e de inglês da Universidade Yale, chamado “Lenin’s Eco-Warriors (https://www.nytimes.com/2017/08/07/opinion/lenin-environment-siberia.html).” O tema do artigo é que, sim, os comunistas russos torturaram e massacraram dezenas de milhões de seus próprios cidadãos, escravizaram o resto em um inferno totalitário e arruinaram completamente sua economia. Mas o lado bom é que eles foram precursores e um bom modelo para Sierra Club, Earth First!, Rachel Carson e Al Gore.

A União Soviética, que se estendia por onze fusos horários, era “o maior sistema mundial de… reservas naturais protegidas”, vangloria-se Strebeigh. Sem brincadeira. De que outro modo alguém definiria milhões de acres na Sibéria?

Os capangas de Lenin criaram um tumulto genocida para eliminar todos os suspeitos de oposição, principalmente entre o clero. As igrejas que tiveram permissão de continuar eram controladas por agentes da KGB, disfarçados como padres, de acordo com Yuri Maltsev, que trabalhou como conselheiro para Mikhail Gorbachev. No entanto Strebeigh escreve que os padres “santificavam as florestas da União Soviética e louvavam o próprio Lenin como “um antigo entusiasta por caminhada e acampamento”. Em outras palavras, ele teria caído como uma luva no Clube da Universidade Yale ou no refeitório do New York Times. Strebeigh soa quase eufórico em sua descrição de um suposto “movimento conservacionista comunista” na União Soviética.

A verdade contra o New York Times
O New York Times tem mentido ao público americano sobre a União Soviética por muito tempo. Nos anos 30, quando 25 mil ucranianos morriam de fome por dia, o correspondente do New York Times em Moscou, Walter Duranty, desinformou seus leitores dizendo que “não há fome… e nem é provável que haverá” (NYT, Nov. 15, 1931). “Qualquer informação sobre fome na Rússia é… propaganda maligna,” escreveu o lacaio dos soviéticos que foi agraciado com o prêmio Pulitzer por sua “reportagem” (NYT, 23 de agosto de 1933). O próprio Stalin agradeceu publicamente Duranty por seu trabalho. Para sua vergonha eterna, o comitê do Pulitzer se recusou a rescindir o prêmio dado a Duranty quando uma campanha foi feita nesse sentido em 2003.

Então, não é surpresa que o atual New York Times, escrevendo sobre o meio ambiente na União Soviética, seja mais falso jornalismo. Depois do colapso do comunismo no começo dos anos 90 o mundo foi finalmente capaz de pesquisar as antes fechadas e totalitárias sociedades comunistas como a da União Soviética. O que nós aprendemos sobre o meio ambiente sob o comunismo foi exatamente o oposto da tola versão vermelha do País das Maravilhas retratada pelo professor Strebeigh. Um livro chamado ‘Ecocide in the USSR’ diz que, por volta do começo da década de 90, 75% das águas de superfície estavam poluídas e 25% era não tratada. A poluição do ar era de pior intensidade do que em qualquer lugar do Ocidente. Era tanta a fumaça expelida das fábricas soviéticas que os trabalhadores não podiam nem mesmo ver seus colegas no local de trabalho. E a média de vida útil dos soviéticos tinha declinado.

A poluição da água foi catastrófica na União Soviética. Todos os peixes do rio Oka estavam mortos em 1965, com similar mortandade de peixe acontecendo nos rios Volga, Ob, Yenesi, Ural, e nos afluentes do rio Duína do Norte. As fábricas descarregavam seus detritos sem qualquer tipo de controle de poluição.

A população de esturjões foi tão devastada pela sobrepesca que os soviéticos fizeram experiências com “caviar artificial”. Décadas de resíduos não tratado fizeram do mar Cáspio esgoto rançoso. O rio Volga ficou tão poluído que os vapores tinham placas proibindo os passageiros de atirar cigarros na água por medo que o rio carregado de produtos químicos pudesse se incendiar.

O professor Strebeigh começa seu artigo falando do “impoluto” lago Baikal. Ele não era tão “impoluto” sob o leninismo. Fábricas despejavam centenas de milhões de galões de detritos no lago por décadas, e esgoto sem tratamento era despejado em todos os afluentes do lago. Havia grandes ilhas de detritos flutuando ao longo do lago, uma das quais tinha dezoito milhas de comprimento e três milhas de largura segundo um registro do começo da década de 90.

Área do lago Baikal coberta por algas espirogira, indicador de contaminação fecal. (Imagens: Arigus TV, Oleg Timoshkin/The Siberian Times)


Semelhantes catástrofes ambientais ocorreram em todos os países dominados pelo império soviético durante o século 20. Na Tchecoslováquia, a terra em algumas áreas estava intoxicada em mais de 30 centímetros de profundidade, devido a décadas de uso excessivo de fertilizantes. O ar em alguns lugares era tão sujo que poderia se sentir pelo paladar. Na Alemanha Oriental, 80% da água de superfície estava fora dos limites para natação, pescaria, ou para ser bebida, e um terço de todos os lagos foram declarados biologicamente mortos por causa do todo o esgoto sem tratamento despejado neles por décadas.

Mais uma vez, o New York Times se mostra como o Grande Pinóquio do (falso) jornalismo mundial.


15 de agosto de 2017
Thomas DiLorenzo
Publicado no LewRockwell.com.
Tradução: Flamarion Daia

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