"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

NO DESESPERO, PLANALTO CRIA UMA "TEORIA CONSPIRATÓRIA" ENVOLVENDO JANOT E FACHIN

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Janot e Fachin levam na brincadeira a denúncia
Em reportagem conjunta de Camila Mattoso, Marina Dias, Leticia Casado e Reynaldo Turollo Jr., a Folha de S. Paulo destaca nesta quarta-feira que o processo no Tribunal Superior Eleitoral motivou, nos últimos dias, a declaração de uma guerra aberta entre o Planalto, a Procuradoria-Geral da República e o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin. No entendimento do Palácio do Planalto, diz a Folha, o procurador-geral Rodrigo Janot age em “dobradinha” com Fachin e não “poupou esforços” para complicar a situação política e jurídica do peemedebista.
“Auxiliares de Temer apontam para pelo menos três episódios que indicam o viés político de Janot: a prisão de dois aliados de Temer, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) às vésperas do julgamento, além do envio, pela Polícia Federal, de 82 perguntas ao presidente relacionadas ao inquérito que ele responde por corrupção, formação de organização criminosa e obstrução de Justiça, baseado na delação da JBS”, diz a matéria da Folha.
A criação dessa curiosa teoria conspiratória mostra a situação desesperadora em que se encontra o presidente Michel Temer, crivado de denúncias por todos os lados, sem que seus advogados conseguiam encontrar argumentos que possam inocentá-lo no julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Ingenuamente, o Planalto partiu da premissa de que tinha quatro votos garantidos no TSE (Gilmar Mendes, Napoleão Maia, Tarcísio Vieira de Carvalho e Admar Gonzaga), conforme José Carlos Werneck informou aqui na Tribuna da Internet, antes de começar o julgamento.
Acontece que a situação se complicou, porque o relator Herman Benjamin está atuando com uma precisão cirúrgica, extirpando com maestria as alegações das defesas e dos dois ministros que no primeiro dia tentaram claramente encontrar uma saída para Temer – Gilmar Mendes e Napoleão Maia.
Os outros dois Tarcísio Vieira e Admar Gonzaga, que foram recentemente nomeados ao TSE por Temer, estão impactados diante do impressionante trabalho do relator e começam a perceber que, se votarem pela absolvição de Temer sem motivos jurídicos irrefutáveis, estarão manchando as próprias biografias para tentar salvar um governo recheado de corruptos e totalmente desmoralizado, cujo prazo de validade já venceu, como diz o jornalista Augusto Nunes.
TEMER RECUA – Depois da mancada de tirar o foro privilegiado do ex-assessor e cúmplice Rocha Loures, ao nomear apressadamente Torquato Jardim para o ministério da Justiça, com a clara missão de boicotar a Lava Jato e fazer mudanças na Polícia Federal, o presidente caiu na real e já mudou a estratégia.
A coluna de Lauro Jardim no O Globo, em nota assinado por Guilherme Amado, informa a novidade: “A disposição de Michel Temer é não mexer na Polícia Federal neste momento. Não porque ele não queira, mas porque avalia que a suspeita de interferência na PF poderia colocar na rua, contra ele, os movimentos que defendem a Lava Jato”.
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PS – Como se vê, a situação do presidente é cada vez mais desesperadora. Só falta agora inventar uma teoria conspiratória envolvendo o ministro-relator Herman Benjamin, que mostra ser um juiz de verdade. (C.N.)

08 de junho de 2017
Carlos Newton

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