O ex-diretor da OAS, Roberto Ferreira, afirmou ao juiz Sérgio Moro que o tríplex do condomínio Solaris do Guarujá, no litoral paulista, estava reservado para o ex-presidente Lula. Ferreira disse que a empreiteira pagou R$ 1, 1 milhão para a reforma do apartamento. Segundo Ferreira, a despesa foi contabilizada no centro de custo do empreendimento do condomínio Solaris. Ferreira ainda relatou ao magistrado duas ocasiões em que acompanhou Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, em visitas ao apartamento feitas por Lula e pela ex-primeira dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro. O depoimento de Ferreira corrobora a fala de Leo Pinheiro, que já havia confirmado a Moro, no final de abril, que o tríplex era destinado à família de Lula.
”Eu soube ao final de 2013 que a dona Marisa tinha uma cota dessa unidade 141 (apartamento que estava em nome da ex-primeira dama) e que a unidade tríplex tava reservada para dona Marisa e o ex-presidente (Lula)” — afirmou o ex-diretor da empresa. “Quem pagou (se referindo à reforma) foi a OAS no centro de custo do próprio empreendimento Solaris”.
ATUOU NA REFORMA – O ex-diretor disse que foi responsável pela reforma do tríplex. Ele contou que a pedido de Fábio Yonamine, então presidente de uma das empresas da holding OAS, foram realizadas reformas no imóvel, como a construção de mais um quarto no primeiro andar do imóvel, além de um projeto para instalação de armários na cozinha do tríplex. Por fim, Ferreira relatou que a construção de um elevador privativo no apartamento foi sugerida por Paulo Gordilho, também executivo da OAS.
Ferreira falou a Moro no âmbito do processo em que o Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula de receber o tríplex da construtora OAS. Outras testemunhas também serão ouvidas por Moro.
05 de maio de 2017
Gustavo Schmitt
O Globo
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