"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

MENSAGENS DO CELULAR CONFIRMAM QUE RODRIGO MAIA ESTAVA NO ESQUEMA DA OAS


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Rodrigo Maia, cada vez mais envolvido na Lava Jato
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), repassou em 2013 ao empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, informações que obteve da Secretaria de Aviação Civil sobre o edital de licitação dos aeroportos do Galeão e Confins. A empreiteira faz parte do consórcio Ivepar, que administra o aeroporto de Guarulhos e estava interessada no filão financeiro que se abriria com as concessões do Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Belo Horizonte. O deputado obteve os dados sobre o edital a partir de requerimento de informações aprovado pela Câmara e encaminhado à Secretaria de Aviação Civil, que era dirigida por Moreira Franco, sogro de Maia.
Mensagens extraídas do celular do empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, em 2013 e 2014 colocam sob suspeita a relação do empreiteiro com o hoje presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na época o deputado tratou também de emenda à medida provisória de interesse da OAS.
CONTATO COM A UTC – O parlamentar também aparece pedindo doações eleitorais e ainda solicitando ajuda de Léo Pinheiro para ser apresentado ao empresário Ricardo Pessoa, da UTC. As conversas foram reveladas pelo Globo em janeiro de 2016. O material é a base do início da investigação da Polícia Federal que concluiu haver indícios da prática de corrupção e lavagem de dinheiro por Maia. Na quinta-feira, o presidente da Câmara considerou “absurda” a conclusão da PF.
O fato concreto é que Maia enviou uma mensagem em 29 de julho de 2014 para o empreiteiro avisando a edição de uma nova MP sobre aviação regional. Informou, inclusive, que as emendas deveriam ser apresentadas até o dia 8 de agosto.
PREPARAR EMENDAS – Pinheiro encaminhou a mensagem com o pedido: “Vamos preparar emendas”. Maia efetivamente apresentou uma emenda que buscava isonomia entre aeroportos privados que viessem a ser construídos e aeroportos concessionados. A OAS faz parte do consórcio que administra o aeroporto de Guarulhos (SP).
Em julho de 2014, o deputado tinha pedido ajuda para que Pinheiro lhe auxiliasse a encontrar o dono da UTC: “Vc poderia pedir ao Ricardo Pessoa pra me receber? Ele está em SP. Abs”, escreveu Maia.
DOAÇÃO ELEITORAL – Pinheiro repassou a mensagem a Pessoa, que disse estar no Rio e ligaria para o deputado no dia seguinte. O presidente da Câmara disse que fez o pedido porque os dois eram amigos e que Pessoa afirmou em depoimento não ter havido qualquer troca de favor com o parlamentar.
Os pedidos de doação eleitoral foram feitos no mês de setembro. Maia pergunta no dia 17 de julho de 2014: “A doação de 250 vai entrar?” Na semana seguinte, faz novo pedido: “Se tiver ainda algum limite pra doação não esquece da campanha aqui”. Segundo Maia, as doações eram para seu pai, o ex-prefeito, Cesar Maia, que foi candidato ao Senado e totalizaram R$ 1 milhão. Ele afirma não haver relação entre os recursos e a emenda.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Rodrigo Maia resolveu liderar na Câmara a operação para abafar a Lava Jato e está se dando mal. A força-tarefa de Curitiba o transformou em alvo preferencial e está liberando informações pesadas contra ele. Aguardem os próximos capítulos. (C.N.)

12 de fevereiro de 2017
Eduardo Bresciani
O Globo

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