"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

RENAN BAIXA O NÍVEL E DIZ QUE JANOT FABRICOU DENÚNCIAS "NAS COXAS" PARA SE VINGAR


Resultado de imagem para renan charges
Charge do Alecrim, reprodução do Arquivo Google
Alvo de denúncia dentro da operação Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou, nesta terça-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Ministério Público de “só fazer política” e disse que as denúncias contra ele foram “feitas nas coxas”. Renan disse que as ações do Ministério Público são “contra o Senado” e disse que isso ocorre porque a força-tarefa da Lava-Jato inclui promotores que foram rejeitados pelo Senado.
“E essas outras denúncias, como aquelas, são denúncias apressadas, feitas nas coxas, que demonstram o caráter político do Ministério Público, de vendeta, de vingança, porque o Senado rejeitou os três nomes. Não há sequer acusador: a empresa negou que tivesse feito doação, o deputado negou que tivesse falado em meu nome. Então, essa denúncia vai ter o mesmo destino das outras denúncias: será arquivada. Porque nunca cometi crime, irregularidade e sempre tive muito cuidado com a minha vida pública e com a minha vida pessoal” — disse Renan.
PGR FAZ “POLÍTICA” — “Quando a Procuradoria-Geral da República vai apenas para a política, ela perde a condição de ser o fiscal da lei. O Ministério Público, infelizmente, passou a fazer política, só política. Quando você faz política, você perde a condição definitivamente de ser o fiscal da lei”, assinalou Renan, que classificou de “absurdas” as acusações contra ele.
“Você tem delações e delações. Você tem o nome citado porque alguém interpretou que alguém falaria em seu nome é um absurdo. Isso só serve para alimentar um noticiário e para permitir um prejulgamento das pessoas. Pelo amor de Deus! Temos que separar o joio do trigo” — disse ele.
VINGANÇA DE JANOT — Renan voltou a falar que a força-tarefa tem integrantes que agem de forma vingativa contra o Senado.
“Depois que o procurador-geral da República colocou na força-tarefa três membros do Ministério Público rejeitados pelo Senado para o Conselho Nacional do Ministério Público e para o Conselho Nacional de Justiça, isso, por si só, já demonstra o que ele está pretendendo fazer com o Senado. De modo que as conduções coercitivas, as buscas e apressões, o pedido de prisão, a prisão da polícia, a usurpação de competência, tudo é decorrente do fato de o procurador-geral da República ter colocado como membros da força-tarefa três pessoas rejeitadas pelo Senado. Porque coloca a PGR na política. É evidente que eles vão tomar todos os dias medidas e mais medidas que não se sustentam contra o Senado” — disse ele.
Renan afirmou que, no caso das denúncias de 2007, o Supremo Tribunal Federal descartou duas das três acusações.
“Estou absolutamente tranquilo. Do episódio de 2007, o Ministério Público entrou com três denúncias no STF e duas foram arquivadas. E uma terceira foi aceita por peculato da verba indenizatória”.
PONTO DE EQUILÍBRIO — “O Senado não é fator da crise, é ponto de equilíbrio e tem feito o seu papel, tem cumprido a sua parte”, acentuou, concordando com o presidente Michel Temer, que cobrou a divulgação das delações.
“Não conhecemos o teor das delações, são vazadas seletivamente para permitir um prejulgamento. O importante é que se conheça o teor das delações, sejam ou não homologadas, para que o país acompanhe com dados, com contra-argumentos, com fatos. Não é isso que está acontecendo no Brasil” — disse ele.
Sobre o projeto da Lei de Abuso de Autoridade, Renan desconversou:
“Pretendo votar todos aqueles itens indicados pelos líderes para compor essa agenda de final de ano”.
Renan ainda comparou o que está acontecendo no Brasil com a operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália. “Não pode fazer o que aconteceu na Itália. A operação Mãos Limpas perdeu muita força na Itália porque condenou muitos inocentes. A divulgação permitia que inocentes fossem julgados todos os dias nos meios de comunicação. Se isso acontecer no Brasil, que está acontecendo, será muito ruim” — disse Renan.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A entrevista é uma aula de desfaçatez, com Renan se posicionando como vítima de perseguição política pelo Ministério Público Federal. E ainda se julga no direito de falar expressões à repórter de O Globo, dizendo que as denúncias foram “feitas nas coxas”. Quem mostra ter sido feito nas coxas é o próprio Renan, ao se exibir como um político inteiramente desclassificado. Realmente, é desanimador(C.N.)

14 de dezembro de 2016
Cristiane JungblutO Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário