"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O FANTÁSTICO MUNDO DO "NADA"

DILMA DEPÕE NA LAVA JATO E DIZ QUE NÃO FEZ NADA, NÃO VIU NADA NEM SABIA DE NADA

Charge do Miguel, reprodução do Jornal do Comércio


A ex-presidente Dilma Rousseff prestou nesta segunda-feira (12) em Brasília seu primeiro depoimento à Polícia Federal como investigada na Operação Lava Jato. Acompanhada de seu advogado, Alberto Zacharias Toron, a ex-presidente chegou por volta das 15h à sede da PF na capital e negou às autoridades qualquer tentativa de obstrução de Justiça, suspeita de que é alvo em inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo a Folha apurou, Dilma respondeu a perguntas sobre a indicação do ministro Marcelo Navarro ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), à nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comando da Casa Civil e à tentativa do então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em oferecer ajuda política e financeira ao ex-senador Delcídio do Amaral em troca do silêncio dele.

O depoimento de Dilma durou cerca de uma hora e, segundo Toron, a petista respondeu a todos os questionamentos. “Ela mostrou claramente que não houve, em hipótese alguma, qualquer tipo de obstrução de Justiça”, afirmou o advogado à Folha.

INQUÉRITO – Relator da Lava Jato no STF, o ministro Teori Zavascki determinou em agosto a abertura de inquérito para investigar a conduta de Dilma e outras seis pessoas: o ex-presidente Lula, os ex-ministros do PT Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, e os ministros do STJ Francisco Falcão e Marcelo Navarro.

A principal suspeita à que Dilma respondeu em seu depoimento desta segunda foi em relação às declarações de Delcídio que, em acordo de delação premiada, afirmou que a então presidente tentou interferir nas investigações por meio do Judiciário.

Segundo o ex-senador, Dilma indicou Marcelo Navarro para o cargo de ministro do STJ, com ajuda do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do então presidente da corte, Francisco Falcão, sob o compromisso de que ele votasse pela soltura de presos pela Lava Jato, entre eles empreiteiros como Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente do grupo.

ABAFAR A LAVA JATO – Em depoimento prestado em fevereiro deste ano, Delcídio disse ainda que a investida do Planalto para a nomeação de Navarro não era apenas um “abafa” imediato, mas algo de “maior amplitude e profundidade” que pudesse “mitigar os efeitos da Lava Jato” e não apenas liberar esta ou aquela pessoa.

Além das declarações do ex-senador do PT a Procuradoria-Geral da República levou em conta, para pedir ao STF a abertura de inquérito contra Dilma, a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil, o que acabou não se concretizando. Os investigadores sustentam que a escolha do ex-presidente tinha o objetivo de garantir foro privilegiado ao petista e, assim, permitir que seus inquéritos saíssem das mãos do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Após o pedido de Teori, a Procuradoria-Geral e a PF puderam conduzir investigações para conseguir provas de que houve crime de obstrução de Justiça.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É claro que Dilma Rousseff não iria se declarar culpada. Foi tudo mera coincidência, inclusive o falso termo de posse enviado a Lula, para usar na eventualidade de receber um mandado de prisão. Dilma não fez nada, não viu nada, não sabia de nada, porque ela também não valia nada.(C.N.)

13 de dezembro de 2016
Marina Dias
Folha

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