"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de novembro de 2016

LÁ, COMO CÁ

Lá, como cá, estão os eleitores dos Estados Unidos numa dificuldade comparável à nossa quando temos de escolher nossos governantes. Nos candidatos de lá, desde o início do processo, como nos de cá, estão faltando convencimento, sedução, consistência, preparo e capacidade para liderar. 

E esta condição é absolutamente imprescindível, pois é da Casa Branca que se emitem as advertências e avisos para a ordem mundial. Aqui, o último dirigente que proporcionou entusiasmo e alegria à massa foi Juscelino, e atuou fortemente no desenvolvimento brasileiro, deixando imensa saudade no seio do povo, há quase sessenta anos passados. 

Na América, também, o último governante a atrair multidões foi John Kennedy, dentre outros presidentes que se destacaram em conduzir o país, especialmente nos momentos difíceis e delicados para a humanidade como foram o dos democratas Roosevelt e Truman no episódio doloroso da 2ª Grande Guerra, homens que possuíam história ao assumirem a chefia da nação e o comando supremo do exército. 

O general Eisenhower (1953 a 1961), sucessor de Truman, durante o conflito mundial foi comandante supremo das forças aliadas na Europa, foi supervisor da invasão à África e depois comandante supremo da Otan, havendo, no exercício da presidência, exercido forte liderança entre países orientais visando a contenção de novos colonialismos expansionistas e a garantia da paz mundial.

Não há mais aquele glamour no sempre festivo e engalanado ambiente que a democracia americana oferecia ao mundo de quatro em quatro anos, quando das eleições presidenciais. 
Os candidatos não mais proporcionam aquele entusiasmo e isto se percebe na tietagem artificial por ocasião dos comícios.

Está assim a atual campanha presidencialista na América.

Dois candidatos se apresentam ao mundo: Hillary Clinton e Donald Trump. 
A primeira já foi primeira dama, e conta com sua longa vivência na política, na militância da advocacia e no exercício de cargos públicos. No último deles deixou exposta censurável falha, de que se aproveita o adversário. 
De fato, Hillary, Como Secretária de Estado, enviou milhares de e. mails de cunho oficial de seu computador pessoal, motivo atual de investigação do FBI para identificação de algum assunto reservado então franqueado pela sua autora. 

E Donald não dá descanso à sua oponente, rasgando-lhe quanto pode sua imagem, acusando-lhe, de sobra, de eventuais vantagens auferidas pelo casal em palestras algo irregulares proferidas pelo marido, Bill Clinton, ex-presidente, que ensinou ao nosso ex-presidente como sobreviver folgadamente sem dispor de cargo público.

Donald, por sua vez, é o destemperado Mr. Trump que já conhecemos há muito. Dizendo-se, com sua natural e desprezível soberba, que é milionário e sabe manejar as finanças, o candidato está tirando o sono não apenas de alguns potentados (e juntos deles também os nossos), mas de milhões de estrangeiros que escolheram morar nos EEUU e dos que acalentam o sonho de nele se instalar um dia. 
A empáfia do dito milionário e suas afirmações nada ortodoxas também fazem tremer os mercados. Quanto à imprensa americana, já a taxou de corrupta, tendenciosa, desonesta.

A torcida para todos que temem uma desastrada administração republicana e voltem a sorrir é que o discurso do candidato não equivalha à gestão do presidente.

06 de novembro de 2016
José Maria Couto Moreira é advogado.

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