"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

NENHUM CACIQUE DO PMDB COMENTA A PRISÃO DE CUNHA, QUE VIROU ASSUNTO TABU

“O que importa saber o que eu acho?”, respondeu Renan

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esquivou-se de emitir uma opinião sobre a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no curso da Operação Lava Jato. Na segunda vez que deixou o plenário da Casa nesta tarde, logo após a aprovação de uma medida provisória que facilita a realização de privatizações do setor elétrico, Renan deu uma resposta enigmática sobre a detenção de Cunha, de quem sempre foi desafeto dentro do PMDB.

“O que importa saber o que eu acho?”, respondeu Renan nesta quarta-feira, após duas vezes ter sido questionado por jornalistas na entrada em seu gabinete. Na primeira vez que tinha deixado o plenário, ele havia ignorado questionamentos de jornalistas.

Renan, alvo de quase 10 inquéritos no Supremo Tribunal Federal em razão da Lava-Jato e que já teve um pedido de prisão apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negado pela Suprema Corte, conduziu os trabalhos do Senado nesta quarta-feira normalmente.

DELAÇÃO PREMIADA – Não fez qualquer manifestação quando o líder da oposição no Senado, o também investigado na Lava Jato Lindbergh Farias (PT-RJ), e o senador peemedebista Roberto Requião (PR), que é crítico do governo Michel Temer, afirmaram em plenário que Cunha poderá fazer uma delação premiada após a prisão.

“Acaba de ser preso Eduardo Cunha. Sinceramente, espero que ele faça uma delação, porque, se ele fizer uma delação, esse Governo do Temer não se sustenta por um dia”, disse Lindbergh Farias. “Presidente, na verdade, eu só quero trazer ao plenário uma informação.

Dentro desse processo fantástico que culminou na cassação da presidente Dilma Rousseff, temos um fato novo: há poucos instantes foi preso o deputado Eduardo Cunha, e a sociedade brasileira aguarda com muita atenção uma fantástica delação premiada”, provocou Requião.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nenhum repórter, por mais hábil que seja, jamais vai arrancar uma declaração dos caciques do PMDB contra o ex-deputado Eduardo Cunha. Podemos até repetir aqui o título à brasileira do filme clássico de Stanley Kramer, dizendo que “o silêncio será sua herança”. Eles vão ficar calados, enquanto puderem. (C.N.)



20 de outubro de 2016
Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

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