"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 22 de outubro de 2016

EDUARDO CUNHA AINDA INTIMIDA

Charge do Iotti, reprodução da Zero Hora

Quem tem medo de Eduardo Cunha? Todo mundo. Por conta disso, cresce a impressão de que ele permanecerá indefinidamente preso e, pior ainda, quase incomunicável. Numa cela privativa, na Polícia Federal de Curitiba, recebendo bissextamente advogados e familiares, sem acesso à televisão e outros meios eletrônicos de comunicação, privado até da leitura de jornais, muito menos de dialogar com outros presos, o réu assistirá lento desenrolar dos múltiplos processos abertos contra ele. Até o banho de sol com limitações.

Terá liberdade para escrever suas memórias, apesar das dificuldades que enfrentará para editá-las. A estratégia do juiz Sérgio Moro parece óbvia: isolar Eduardo Cunha para torná-lo impotente. Ou quase. Num cabo de guerra invisível, pretendem que seu isolamento, senão conduzi-lo ao esquecimento, chegará perto.

Caberá ao ex-presidente da Câmara o próximo passo: conseguir a delação premiada e denunciar as estruturas e os agentes da corrupção hoje amedrontados e à beira de um ataque de nervos, ou fechar-se em copas para vencer seus algozes pelo cansaço. Nas duas hipóteses disporá de argumentos para intimidar a legião de inimigos e adversários temerosos de fazer-lhe companhia atrás das grades.

ALVO SERIA LULA? – Tem gente supondo que o alvo principal da Operação Eduardo Cunha é o Lula. Pode ser, tendo em vista o conjunto de forças dispostas a manter o instável equilíbrio do governo Temer, respaldado pelos setores conservadores e neoliberais, além da mídia nacional.

Desconfia-se que, se Eduardo Cunha fizer o jogo dos detentores do poder, contará com a boa vontade dos seus carcereiros. Nada que signifique tão cedo a liberdade, mas, ao menos, um regime mais brando.



22 de outubro de 2016
Carlos Chagas

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