O pedido, subscrito por treze procuradores da República, tem base em auditoria do Tribunal de Contas da União que apurou ‘desvio ou desaparecimento de bens pertencentes à União nos Palácios do Planalto e da Alvorada, incluindo a análise dos inventários anteriores e posteriores à última transmissão de mandato presidencial e da política, normas e procedimentos aplicáveis aos presentes do chefe do Executivo Federal’.
Em março, quando estourou a Aletheia, a Polícia Federal descobriu um cofre no Banco do Brasil em São Paulo onde estavam armazenados 186 objetos que o ex-presidente chama de ‘tralhas’ e alega ter recebido de presente quando exerceu os dois mandatos (2003/2010).
Ao pedido foram incluídas informações da auditoria do TCU. O Relatório de Fiscalização 164/2016 do Processo TC nº 011.591/2016 aponta que ’em virtude das fragilidades nos procedimentos de classificação desses presentes, constatou-se que dos 568 itens recebidos nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apenas nove foram incorporados ao patrimônio da União (1,58%)’.
A auditoria avançou sobre bens relativos aos dois mandatos da presidente Dilma Rousseff (2011/2016) – ‘somente seis itens foram incorporados (4,17%)’.
“Assim, pelos processos atuais não há como garantir que os acervos presumidamente privados de 568 bens, pertencente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o acervo de 144 bens, registrado como de propriedade da presidente Dilma Vanna Rousseff, tenham sido corretamente classificados”, assinalam os procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
12 de setembro de 2016
Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo
Estadão
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