"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

AO DIZER QUE O SENADO "NÃO TEM MORAL" PARA JULGAR DILMA, GLEISI COLOCA O PRÓPRIO MANDATO EM RISCO


Ao dizer que o Senado “não tem moral” para julgar Dilma, Gleisi coloca o próprio mandato em risco

A parlamentar petista agiu com destempero ou cálculo? Pôs tudo a perder por nervosismo ou pensou friamente que cedo ou tarde cairá?

Hoje, em meio ao julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal, Gleisi Hoffmann pediu a palavra para o que seria uma “Questão de Ordem”. Como tantos que vieram antes (ela própria, aliás), não houve qualquer questionamento sobre a “ordem” dos trabalhos, mas sim discurso político.

Faz parte? Faz parte (embora seja patético).

Mas ela passou um pouco do chamado limite. Isso porque, pelas tantas, simplesmente disse que o Senado não teria “moral” para julgar a presidente afastada. Houve reação imediata, ela insistiu e então os ânimos ficaram exaltados além do normal.

Desse modo, não será difícil surgir algum pedido de perda de mandato por quebra de decoro. Afinal, o “decoro” parlamentar é matéria subjetivíssima, pode ser tudo e pode ser nada, de pouco valendo os precedentes.

A parte curiosa é que ela por óbvio sabe disso, então por que arriscou? Pois a pergunta não é essa, mas sim: ela realmente arriscou algo?

Afinal, sua situação já está suficientemente complicada, de modo que talvez não tenha mesmo tanto a perder. Vejam o caso de seu marido, apontado pelos investigadores como chefe de um esquema, em trecho destacado pelo próprio juiz do caso (quanto ao mais, vale dar uma olhada nesta lista com alguns outros contratempos).

Talvez seja equivocado apostar num desabafo resultante do nervosismo. Não seria impossível tratar-se de puro cálculo. A ver.


26 de agosto de 2016
implicante

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