"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

LULA AVISA QUE, SE DILMA SUPERAR O IMPEACHMENT, QUEM VAI GOVERNAR SERÁ ELE...



Lula volta a Brasília para evitar o impeachment de Dilm

Irritado com a demora na articulação para propor um plebiscito que convoque novas eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a Brasília e se reúne nesta quarta-feira com senadores para defender o discurso de que, caso Dilma Rousseff volte ao Palácio do Planalto, o governo será “diferente” e terá ele no comando. Segundo a Folha apurou, Lula se convenceu de que a proposta de um plebiscito para novas eleições presidenciais, defendida por alguns senadores aliados a Dilma, não é suficiente para reverter o impeachment.

Para o ex-presidente, a tese só é viável caso haja o apoio público de pelo menos 27 dos 81 senadores. Esse é o número que a petista precisa ter em votos no plenário do Senado para se livrar do afastamento definitivo. Na primeira fase do processo na Casa, Dilma teve apoio de 22 parlamentares.

FALTAM VOTOS – A pessoas próximas, Lula já confidenciou saber que hoje não há 27 senadores dispostos a defender publicamente a ideia de novas eleições presidenciais e que, por isso, tentará reverter votos em favor de Dilma com a promessa de que mudanças na política econômica serão imediatas caso ela retome o cargo.

Apesar do discurso, dirigentes do PT e o próprio Lula reconhecem que não há força política para reverter votos de senadores agora e que a volta de Dilma é, no momento, “muito improvável”.

A aposta dos petistas para que o sentimento de “volta, Dilma” surja entre os parlamentares é no que chamam de “imponderável” dos desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato.

DESGASTE DE TEMER – Segundo eles, as investigações poderiam desgastar o presidente interino, Michel Temer, caso atinjam novos quadros importantes do governo, e assim trazer reflexos negativos para a economia.

Inicialmente, Lula era entusiasta da proposta de um plebiscito para convocar novas eleições, defendida por senadores do PT como Lindbergh Farias (RJ) e Jorge Viana (AC), e também por parlamentares do PMDB, como Roberto Requião (PR) e Kátia Abreu (TO). Esses senadores têm se reunido semanalmente com Dilma no Palácio da Alvorada para tratar do assunto.

A presidente afastada sinalizou encampar a ideia, desde que ela surgisse como “demanda das ruas” ou “da classe política”, mas, na semana passada, disse a aliados que, antes de tudo, quer ver os nomes que defenderiam publicamente a proposta.

MTST E CUT – Diante da dificuldade em conseguir o apoio dos 27 senadores e do impasse que a tese encontra dentro do PT e da própria base social do partido, Lula se comprometeu a conversar com Guilherme Boulos, do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), e com Vagner Freitas, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ambos simpáticos à ideia do plebiscito, para que evitem falar do assunto enquanto não houver a lista dos senadores.

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stedile, por sua vez, não aceita a tese e tem falado publicamente contra a ideia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria traz uma informação errada: Dilma não precisa de 27 votos para escapar do impeachment. Na verdade, são necessários 28 votos, para evitar que o número de senadores favoráveis chegue a 54. De toda a forma, a reportagem é válida, porque mostra o desespero e a prepotência de Lula, ao achar que pode impedir o impeachment apenas dizendo que será ele que irá governar no lugar de Dilma. É patético. Lula acabou, mas quer ser um morto-vivo na política. (C.N.)


06 de julho de 2016
Marina Dias
Folha

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