O procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que integra a força-tarefa da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira, 23, declarou que ‘infelizmente, a corrupção não é um privilégio da Petrobrás, ela está espraiada como um câncer em diversas instituições’.
Lembrou que a Petrobrás foi o alvo primeiro da Operação Lava Jato, a maior investigação já realizada no País contra malfeitos com recursos públicos. A Lava Jato descobriu que a organização criminosa que desviou dinheiro da estatal petrolífera estendeu suas ações para outras empresas públicas e ministérios, entre eles o do Planejamento, Orçamento e Gestão, quando a Pasta era dirigida por Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisy Hoffmann (PT/PR).
DESVIOS DE R$ 100 MILHÕES – A Custo Brasil aponta desvios de R$ 100 milhões a partir da contratação da empresa Consist na gestão de Paulo Bernardo, em 2010 (governo Lula). A operação foi desencadeada a partir da delação premiada do advogado Alexandre Romano, o Chambinho, alvo de uma etapa anterior da Lava Jato, em 2016.
Andrey Borges, o procurador da Custo Brasil, destacou que não apenas a delação de Chambinho deu suporte à investigação que pegou o ex-ministro de Lula e Dilma (Comunicações). “Ela (a delação) é importante, o ponto de partida, mas esta operação é muito mais que a mera colaboração premiada.”
INDIGNAÇÃO – O procurador demonstrou perplexidade e indignação ante os valores desviados. “Cem milhões de reais foram desviados de funcionários públicos, que se privaram de medicamentos e de suas necessidades básicas para abastecer os cofres públicos.”
“A gente não pode admitir que isso passe a ser o custo Brasil, que seja natural esse custo Brasil, algo natural na nossa sociedade”, pregou Andrey. “Infelizmente, a corrupção não é um privilégio da Petrobrás, ela está espraiada como um câncer em diversas instituições”, disse o procurador, assinalndo que a Operação Custo Brasil ‘mostrou isso, o coração do governo estava atingido por esse mal (a corrupção).”
24 de junho de 2016
Fausto Macedo, Julia Affonso, Mateus Coutinho e Ricardo Brandt
Estadão
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