"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

LAVA JATO DESCOBRE QUE SÉRGIO CABRAL COBRAVA PROPINA ATÉ EM OBRA DE FAVELA


Depois da propina, Cabral caía no funk





















O executivo Clóvis Primo, ligado à Andrade Gutierrez e um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) acertou propina sobre as obras de urbanização do conjunto de favelas de Manguinhos, uma das comunidades mais pobres da capital fluminense. O executivo Rogério Nora de Sá, também ligado ao grupo, relatou a mesma informação aos investigadores da Lava Jato.
Clóvis Primo depôs na quinta-feira, 23, à Procuradoria-Geral da República. Ele disse que, além das obras do Maracanã e do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) também sabe que houve pagamento de propina na obra de Manguinhos.
OBRA DO PAC – “Essa obra consistia na urbanização, construção de casas, etc, no conjunto de favelas em Manguinhos; que essa obra era estadual, mas recebeu recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC; que nesse caso também houve acerto com Sérgio Cabral do pagamento de 5% do valor da obra”, relatou, dizendo que “neste caso o operador da propina também foi Carlos Miranda”.
O Consórcio Manguinhos, liderado pela Andrade Gutierrez, em parceria com a EIT e Camter, venceu o contrato de R$ 232 milhões para executar os serviços no Complexo de Manguinhos.
Entre 2009 e 2010, Sérgio Cabral inaugurou diversas obras em Manguinhos. De acordo com o site da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP), em 25 de outubro de 2010, o então governador do Rio entregou 328 apartamentos no Conjunto Embratel, na Avenida Leopoldo Bulhões, ‘destinados a famílias relocadas pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Manguinhos’.
SITE FESTEJAVA – “No local, também foram construídas uma ciclovia e áreas de esporte e lazer, com equipamentos de ginástica e pista de skate. Na mesma área, foram entregues, em junho, 152 unidades habitacionais. No total, são 480 novas moradias para os moradores de Manguinhos. A partir da próxima segunda-feira, o PAC Manguinhos terá completado 914 apartamentos entregues. O investimento total naquela comunidade é de R$ 565,6 milhões”, apontou o site do governo do Estado, na época.
O delator Rogério Nora de Sá disse que A Andrade Gutierrez ficou com as obras de Manguinhos e também relatou ‘nessas obras o pagamento de propina de 5% do valor respectivo para o governador Sérgio Cabral’. Segundo o delator, quem conduziu ‘as tratativas do ajuste de propina’ foi outro executivo da empreiteira de nome Alberto Quintaes.
REUNIÃO COM CABRAL – O executivo declarou que participou de uma reunião com o então governador e um assessor, ‘na qual foi solicitada a propina em questão’. “O pagamento dessa propina foi feito parte em espécie e parte em doações oficiais para campanha”, afirmou.
Em janeiro deste ano, a Polícia Federal, no Rio de Janeiro, pediu auxílio da Operação Lava Jato, para levantar informações sobre possível fraude em licitação de obras de urbanização de três complexos de favelas – Alemão, Manguinhos e Rocinha – realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a partir de 2008. Os investigadores apuram o conluio entre as empresas líderes dos consórcios vencedores dos contratos, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão – as três acusadas de cartel em obras da Petrobrás.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Isso é só o começo. Além de cobrar propina em todas as obras, inclusive nas favelas, a quadrilha de Cabral e Pezão desviava muitos recursos de outras áreas, inclusive na Saúde, cujo secretário Sérgio Cortes, da turma do guardanapo, também ficou milionário, tornou-se vizinho de Cabral no luxuoso condomínio em Mangaratiba e comprou em dinheiro vivo uma cobertura duplex na Lagoa, com cinco vagas para carros. Há informações de que Cortes já teria vendido tudo e se mudado para os Estados Unidos. E outro secretário, Régis Fichtner, chefe da Casa Civil, foi morar na Alemanha. Será coincidência? (C.N.)


29 de junho de 2016
Julia Affonso, Ricardo Brandt e Fábio Serapião
Estadão

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