"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

DILMA APARECE NA TV MAS DESTA VEZ NÃO HOUVE PANELAÇO, PORQUE NINGUÉM ASSISTIU


Entrevista tipo vôlei: Nassif levantava, mas Dilma não sabe corta























Em entrevista veiculada na noite desta sexta-feira na TV Brasil, a presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou que, “querendo ou não”, a população terá de ser consultada caso ela retorne à Presidência da República ao fim do processo de impeachment no Senado. 

Sem dar detalhes, Dilma lançou a proposta de um plebiscito para se decidir os rumos do mandato, em caso de sua vitória no Senado. Mas um desfecho do impeachment favorável à presidente é, hoje, o cenário mais improvável. 
Na admissão do processo, em 12 de maio, Dilma obteve apenas 22 votos contra o impeachment. Ela precisa de um terço — 27 votos — para continuar presidente.
O Globo mostrou no último dia 2 que Dilma já aceitou uma proposta de petistas de convocar um plebiscito para consultar a sociedade sobre a antecipação das eleições presidenciais.
ATRAIR SENADORES 
Emissários de Dilma no Senado, como a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ex-ministra da Agricultura, já fazem consultas a parlamentares sobre a hipótese de fazer o plebiscito junto com as eleições municipais, a respeito da interrupção do mandato e da convocação de novas eleições em 90 dias. A ideia é, com isso, virar votos no impeachment.
— Rompeu-se um pacto, existente desde a Constituição de 1988. Tem de remontar esse pacto, e ele não será remontado dentro do gabinete. 
A população, querendo ou não, terá de ser consultada. É fundamental que haja o fim do golpe, o que significa ganhar no Senado. Eu não acho possível refazer o pacto com Temer presidente. Em qualquer hipótese, a consulta popular é o único meio de lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer — disse Dilma na entrevista ao jornalista Luis Nassif, que em nenhum momento contestou a petista.
A CULPA É DO CUNHA 
Dilma afirmou que, se sobreviver ao impeachment, continuará com minoria na Câmara e no Senado e com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “dando as cartas como dá”.
— Só tem um jeito, diante da contradição: recorrer à população. O plebiscito é uma coisa muito discutida.
Em clima de conversa entre amigos, a presidente voltou a dizer que o governo interino de Temer “é a síntese do que pensa Eduardo Cunha”.
TV NAS MÃOS DO PT 
A exibição da entrevista havia sido suspensa por conta da disputa de comando na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal responsável pela TV Brasil. 
Temer chegou a demitir o jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC e a nomear o jornalista Laerte Rimoli. Melo foi nomeado por Dilma pouco antes da aprovação do impeachment. Uma liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo, reconduziu Melo ao cargo.
Melo disse que, além de Dilma, Temer foi convidado a dar entrevista, bem como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. 
Uma mensagem sobre esses convites foi exibida na TV ao fim da entrevista.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Dilma apareceu na TV durante uma hora e não houve panelaço, porque ninguém assiste a TV Brasil, é como se a emissora não existisse. 

Foi uma entrevista tipo vôlei, em que o jornalista levanta a bola para o entrevistado cortar. 
Mas Dilma só diz bobagens, fica repetindo a história do golpe e culpando Cunha. 
Quanto ao governo de “lambança”, ela tem muito mais experiência nisso do que o Temer. 
Por fim, é preciso consertar um erro da matéria de O Globo, que a Folha também comete. Para escapar do impeachment, Dilma precisa de 28 votos. Se tiver 27 e não houver faltas e abstenções, perde o mandato definitivamente. Outro erro: a entrevista foi exibida na quinta-feira e não na sexta. (C.N.)

10 de junho de 2016
Deu em O Globo

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