"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 15 de maio de 2016

EX-EXECUTIVOS DELATAM 4 EX-GOVERNADORES POR RECEBEREM PROPINA

ACUSADOS EDUARDO BRAGA E OMAR AZIZ (AM), ARRUDA E AGNELO (DF)

EDUARDO BRAGA COM OMAR AZIZ, AMBOS DO AMAZONAS, ARRUDA E LULA COM AGNELO QUEIROZ, DO DF.

Além de revelarem pagamento de propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, equivalente a 5% de cada obra, como a reforma de R$1,2 bilhão do Maracanã, ex-executivos da Andrade Gutierrez contaram em depoimento sob delação premiada, na Lava Jato, que pagaram propina também aos ex-governadores do Amazonas e atuais senadores Eduardo Braga (PMDB), ex-ministro de Minas e Energia do governo Dilma, e Omar Aziz (PSD), além dos ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM) e Agnelo Queiroz (PT), na obra do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Os ex-executivos Clóvis Peixoto Primo e Rogério Nora de Sá contaram haver pago propina aos ex-governadores do Amazonas Eduardo Braga e Omar Aziz, de 10% sobre o valor de cada obra. E Braga fazia ameaças se houvesse atraso no pagamento. "Ele era jogo duro", afirmou. EduardoBraga teria recebido entre R$ 20 e R$ 30 milhões, segundo estimativa de Sá.

Ao detalhar a licitação da Arena da Amazônia, Primo disse ter se encontrado, em hotel em Brasília, com o sucessor de Braga no governo do estado, o senador Omar Aziz, tentando negociar redução da propina, mas disse que, após fazer "um grande teatro" e ter se exaltado, Aziz aceitou a redução para 5% do valor das obras.

Segundo Sá, em outra reunião, em São Paulo, Omar Aziz pediu propina de R$ 20 milhões à construtora. A delação informa que Omar Aziz teria inclusive sugerido que a construtora executasse algum serviço de medição de terraplanagem e embutisse o valor.

O total pago pela Andrade Gutierrez a Aziz somou cerca de R$ 18 milhões, segundo Sá, e teriam sido feitos pelo menos até setembro de 2011.

A Procuradoria-Geral da República ainda não pediu abertura de inquérito para investigar os dois senadores.

Eduardo Braga afirmou, por meio de nota, que a denúncia é "absurda" e que está indignado e se sentindo ofendido com as acusações.

O senador Omar Aziz afirmou que é alvo de "retaliação" da Andrade Gutierrez por não aceitar aditivos de "mais de R$ 1 bilhão" ao valor da obra da Arena da Amazônia. O senador disse ainda que as doações de campanha que recebeu foram declaradas à Justiça Eleitoral. "Agi com transparência e não me surpreende saber que estou sendo alvo de retaliação da Andrade Gutierrez. Todas as doações de minhas campanhas foram declaradas à justiça eleitoral", afirmou.



15 de maio de 2016
diário do poder

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