"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

SÓ UM MILAGRE PODERÁ SALVAR DILMA ROUSSEFF DO IMPEACHMENT



Charge do Alpino (Yahoo)


















Já comentamos aqui na Tribuna da Internet o extraordinário e comovente esforço dos jornalistas militantes e simpatizantes do PT, que atuam nas redações dos portais e dos sites dos jornais e revistas, sempre ativos na postagem de matérias do interesse do governo e do partido.
A manipulação é impressionante. Quem lê as reportagens sobre a próxima votação do parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), fica até pensando que ainda existe real possibilidade de vitória da presidente Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment. Que a qualquer momento pode ocorrer uma reviravolta.
A TEORIA E A PRÁTICA
É interessante notar que essas reportagens não dão a devida importância ao posicionamento da Comissão de Impeachment. Fica parecendo que não importa o resultado, a situação poderá ser revertida no plenário da Câmara ou no Senado. Hipoteticamente, sim. Na teoria, existem mesmo essas possibilidades. Mas na prática, as coisas são muito diferentes.
Os repórteres e os chamados analistas têm a ingenuidade de supor que o impeachment funciona como uma ação judicial, em que é preciso haver provas concretas, qualquer erro na acusação pode causar nulidade do processo, ainda há duas instâncias de julgamento para recorrer, ou seja, por enquanto, tudo bem…
Na política, é tudo ao contrário. Não é necessário apresentar provas materiais, apenas fortes evidências. Não existe possibilidade de anular o processo por alguma falha técnica. E a primeira instância – no caso, a Comissão de Impeachment – é que decide tudo.
TEORIA DO DOMINÓ
O processo evolui como na Teoria do Dominó. Se a primeira peça cai na Comissão, a imagem de quem está sendo acusado imediatamente se derrete, as outras peças (plenários da Câmara e do Senado) vão sendo inexoravelmente derrubadas na sequência. Aliás, o presidente do Senado, Renan Calheiros, que acompanhou bem de perto a estrondosa queda de Fernando Collor, já avisou Dilma Rousseff a esse respeito.
Não foi por mera coincidência que o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) cometeu o ato falho de chamar Dilma Rousseff de “ex-presidente”. Ele já sabe que a causa está perdida.
INCOMPETÊNCIA TOTAL
O governo é de uma incompetência sesquipedal. Tinha de jogar todas as fichas na Comissão do Impeachment. Se conseguisse a rejeição do parecer, todo o restante do processo estaria facilitado, porque a Teoria do Dominó funcionaria ao contrário, beneficiando a presidente Dilma Rousseff.
Mas tudo isso são coisas do passado, não têm mais volta. A Comissão possui 65 membros, o impeachment já é abertamente defendido por 32 deputados, o presidente Rogério Rosso (PSD-DF) consta das avaliações como indeciso, mas todos sabem que ele votará a favor do afastamento da presidente, fechando o placar em 33 a 32, por antecipação.
Na verdade, a diferença será muito maior. Acredita-se que acabe em 40 a 25, e estamos conversados. A presidente Dilma pode até ir reforçando a dose da tarja preta, porque o impeachment já está decidido. Em breve, além do deputado Paulo Teixeira, todos os demais brasileiros também irão chamá-la de “ex-presidente”.
Hoje, só um milagre poderá salvar a presidente. Mas todos sabem que milagres somente acontecem quando a pessoa tem merecimento.

08 de abril de 2016
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário