"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de março de 2016

COM UMA BALA SÓ, LULA CONSEGUIU ACERTA PELOS MENOS CINCO TIROS NO PÉ

Para livrar-se do juiz Sérgio Moro, cujo arsenal foi extraordinariamente ampliado pelo carregamento de dinamite providenciaado por Delcídio do Amaral, Lula resolveu refugiar-se no ministério e apostar no foro privilegiado. Ou desaforo privilegiado. Ao disparar a bala de prata que sobrou, o estrategista trapalhão acertou pelo menos cinco tiros no pé:

Primeiro: Lula confessou que não tem como explicar as delinquências em que se meteu e, por isso mesmo, morre de medo da Lava Jato.

Segundo: Lula colou no Supremo a imagem de tribunal que protege alvos da Justiça Federal, esquecido de que, ao julgá-lo, o STF não poderá ignorar as provas repassadas pelos investigadores do Petrolão.

Terceiro: Lula assumiu o leme de um barco condenado ao naufrágio e se condenou a morrer abraçado ao poste que instalou no Planalto.

Quarto: na chefia da Casa Civil, Lula estará proibido de brincar de chefe da oposição petista ao governo petista de que agora faz parte.

Quinto: Lula transformou-se em alvo prioritário dos milhões de brasileiros que exigem o fim do governo.

Apavorado com a goleada sofrida neste 13 de março, o time do Planalto escalou o velho artilheiro para virar o jogo. Entrou em campo um problema de bom tamanho. O tapa na cara do país que presta foi revidado nesta quarta-feira por manifestações espontâneas e, para o governo, especialmente perturbadoras: panelaços, passeatas e atos de protesto agitaram dezenas de cidades brasileiras. Graças a Lula, a crise foi de vez para as ruas.

Tudo somado, está claro que o chefão prepotente viu uma jogada de craque no que foi uma monumental ideia de jerico.


25 de março de 2016
Augusto Nunes, Veja

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