A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar suspeitas de irregularidades na campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014.
O procedimento foi aberto por determinação do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes, relator das contas da campanha petista na Corte. Mendes enviou dois ofícios com pedido de apuração à PF e à Procuradoria Geral da República (PGR), um em junho, outro em agosto.
No primeiro deles, o ministro expunha eventuais ilegalidades encontradas na prestação de serviço de empresas contratadas pela campanha, entre elas a Focal Confecção e Comunicação. A empresa, que oficialmente está em nome de um motorista, foi a segunda empresa que mais recebeu da campanha da presidente.
No outro documento, de agosto, Mendes acrescenta informações descobertas pela operação Lava Jato para sustentar a instauração do inquérito.
Ele lembra elementos que apontam para eventuais pagamentos de propina em forma de doações eleitorais. “As doações contabilizadas parecem formar um ciclo que retirava os recursos da estatal, abastecia contas do partido, mesmo fora do período eleitoral, e circulava para as campanhas eleitorais”, escreveu Mendes.
COM RESSALVAS
As prestações de contas da campanha da presidente Dilma e do Comitê Financeiro Nacional do PT foram aprovadas com ressalvas pelo TSE no fim do ano passado. Gilmar Mendes afirma que a prestação de contas petista contém despesas de “duvidosa consistência”.
Embora também tenha recebido o ofício, a PGR se posicionou favorável ao arquivamento da investigação. Atualmente, há em curso no TSE quatro ações que questionam irregularidades nas contas de campanha.
O coordenador jurídico do PT, Flávio Caetano, nega que tenha havido ilegalidade na campanha. Segundo ele, todas as doações foram legais e devidamente registradas na prestação de contas aprovada pelo TSE.
19 de outubro de 2015
Deu em O Tempo
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