"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

MIGALHAS PARA ALIMENTAR A REFLEXÃO

ESQUERDISTAS NÃO ESTUDAM DIALÉTICA

A presidente da República avocou para si a tarefa de negociar com o Congresso Nacional seu mais novo pacote de maldades.

Puxou responsabilidade e riscos de enfrentar a parte maior e os detalhes da barganha política com deputados e senadores. Da chamada base aliada ou não.

Crê a presidente que basta de intermediários para, em nome dela ou da República que preside exigir, ceder e tirar o país da crise.

Crê a presidente que ela se basta. Para isso ou mais. Afinal a crise é dela. A crise é ela.

Autoritária, personalista, decidiu assumir tudo. Impulsiva, dessa vez não comunicou nada a ninguém nem pediu conselhos aos aliados e mentores de sempre.

Sequer ao criador pediu vênia a criatura.

A decisão é arrostar tudo e todos. Só.

No máximo falando direto com a entidade que, imagina, é fonte de seu poder, será o esteio de sua nova postura e garantia de permanência nele: a entidade chamada povo.

Dilma Rousseff se basta e se crê.

A presidente da República leva a crise para dentro dela. Para dentro do Palácio do Planalto.

A partir de agora a parte psicológica é coisa para especialistas.

A parte política entrou na dialética. Esse ramo da filosofia costuma devorar déspotas de qualquer fonte ideológica.

Os militares brasileiros ao extinguirem os partidos políticos partidarizaram a caserna. Os quartéis passaram a ser sublegendas de generais.

Deu no que deu.

Sem o hábito do voto viveram de pequenos golpes. Até cansar e devolver a rapadura para os civis e seus partidos.

Esses têm a manha, a ciência, a história. O saber de experiência feito. Com todos os pecados.

A União Soviética viveu um rico período pós-revolucionário. Lenin e Trotski eram estudiosos autoritários ou vice-versa. A morte do primeiro e a fragilidade intelectual do segundo deram espaço ao erro: Stálin.

A guerra mundial atrasou a dialética, mas ele sumiu na roda da história.

Quando a URSS acabou, esse mix de sonho, aventura e erros, o juiz da Guerra Fria levantou a mão do Capitalismo.

Sozinho, sem rival, o capital arrotou valentia, vomitou máximas sobre os outros.

Pouco mais de uma década e duas torres, gêmeas, no chão, sentiu dentro dele o bafo indutor.

A crise do capital veio em seguida, com direito a quebra de sólidas instituições.

Luiz Carlos Prestes disse certa vez que nossa guerrilha urbana foi obra de patriotas, sim, mas equivocados.

A equivocada presidente da República, por atarefada à época, não estudou. Agora está só e condenada a repetir erros.

Ao falar em golpe se defende do imaginário dela.

Dilma Rousseff dançou em seu labirinto. Briga com o espelho deixado por um Narciso fujão.

Tenta evitar o encontro de contas com a dialética.

Perdeu, playboy. É questão de tempo.



17 de setembro de 2015
Luiz Recena

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