"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

DILMA MORDEU OUTRA ISCA DEIXADA PELO PMDB


O reencontro com Michel Temer, que voltou da longa turnê pelo leste europeu, não foi nada agradável para Dilma Rousseff. 

Na segunda-feira, o vice disse à presidente que não fará indicações para a reforma ministerial. Dilma ouviu o mesmo do deputado Eduardo Cunha e do senador Renan Calheiros.
O PMDB encostou a faca no pescoço presidencial. Como o partido não costuma esnobar cargos e orçamentos, sobram duas alternativas possíveis. 

Na primeira, elevou as ameaças para arrancar mais do que foi oferecido até aqui. 
Na segunda, decidiu antecipar o desembarque do governo.
Os peemedebistas detestaram o primeiro rascunho da reforma. Não conseguiram derrubar o petista Aloizio Marcadante e não garantiram seu sonho de consumo, mandar na Saúde ou na Educação. 
Sem resposta positiva até aqui, restou a velha tática da ameaça para obter o que deseja.
ABANDONAR O BARCO
A outra alternativa é ainda pior para Dilma. Em vez de jogar mais duro para negociar, o PMDB teria decidido abandonar de vez o governo. 
Se isso acontecer, o principal beneficiário será o vice-presidente da República.
As recusas de Temer, Renan e Cunha agravaram o pânico entre os petistas, que ainda não sabem qual das hipóteses será confirmada.
A enrascada da reforma ministerial mostra que Dilma mordeu outra isca deixada pelo partido do vice. 
Em agosto, o PMDB defendeu que a presidente enviasse ao Congresso um Orçamento com previsão de deficit. 
Ela seguiu o conselho com entusiasmo e foi punida com o rebaixamento do país por uma agência de risco.
Agora Dilma está em apuros por executar outro plano da cartilha peemedebista: 
o corte de ministérios, a pretexto de enxugar a máquina.
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PS 
– Desabafo de um ex-ministro de Lula desiludido com os erros táticos de Dilma: “Circular pelo Planalto entristece até o mais fiel aliado. Estamos vivendo uma crise para profissionais, e o governo é gerido por amadores”.

24 de setembro de 2015
Bernardo Mello Franco
Folha

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