Você sabia?
Aconteceu na Bolívia em 1867. O embaixador britânico foi recebido em palácio pelo ditador Mariano Melgarejo.
Como era costume local, foi-lhe oferecido um copo de chicha, bebida feita com milho fermentado. O embaixador recusou e pediu um chocolate quente.
A recusa foi tomada como afronta pelo ditador que, enfurecido, decidiu vingar-se imediatamente.
Mandou vir uma grande tigela de chocolate e obrigou o visitante a engoli-la até a última gota. Em seguida, ordenou que pusessem o diplomata sentado de trás pra diante no lombo de um burro.
Assim que o homem foi amarrado na incômoda posição, a população foi chamada para o espetáculo. Com o embaixador em cima, o burro deu três voltas na praça principal de La Paz. Após o episódio, Melgarejo despachou o estrangeiro de volta a Londres. Sem o burro.
Victoria, imperatriz britânica e mulher mais poderosa do planeta à época, não apreciou o ocorrido.
Em reação epidérmica, ordenou que um destacamento da frota inglesa singrasse imediatamente em direção à Bolívia e bombardeasse a capital. Alertada por seus assessores sobre o fato que La Paz ficava nas alturas, longe da costa e fora do raio de ação da marinha de guerra, Victoria descarregou sua raiva simbolicamente. Dirigiu-se ao mapa-múndi, riscou um enorme X sobre o país ofensor e declarou: «Bolivia does not exist» – a Bolívia não existe.
A história encarregou-se de cumprir (ou quase) a profecia da rainha Victoria. Em menos de um século, a Bolívia perdeu metade do território.
Bolívia – territórios perdidos desde 1867 |
Ao oferecer ao papa Francisco uma bizarra escultura representando um crucifixo camuflado sobre foice e martelo, señor Morales, atual mandachuva da Bolívia, retomou a tradição nacional de ofensa a estrangeiros ilustres.
Com o deboche, o irrespeitoso presidente logrou a façanha de insultar, ao mesmo tempo:
um sorridente senhor com idade para ser seu pai;
o chefe da religião seguida por 80% dos bolivianos;
um bilhão de católicos que respeitam seu líder religioso.
Não é coisa pouca.
Señor Morales demonstrou o que todos já sabiam: sua estupidez e sua inépcia para exercer o cargo que lhe foi confiado. Descendente político direto do ditador de 1867, confirmou também o ensinamento daquele sábio provérbio: o fruto nunca cai muito longe da árvore.
10 de julho de 2015
José Horta Manzano
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