"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

LULA JÁ FALA EM DESISTIR DE SER CANDIDATO EM 2018






















Preocupado com a crise política que atinge o governo de sua sucessora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que só terá condições de ser o candidato do PT nas eleições de 2018 se a avaliação da presidente Dilma Rousseff melhorar e ele tiver um legado para defender para seus eleitores.
A Folha ouviu relatos de amigos que conversaram com Lula antes de seu último encontro com Dilma, na semana passada, em Brasília. Segundo eles, o ex-presidente citou a derrota sofrida pelo ex-governador Leonel Brizola (1922-2004) nas eleições presidenciais de 1994, quando perdeu para o nanico Enéas Carneiro (Prona) e terminou em quinto lugar, para ilustrar o medo que tem de perder seu capital político em uma empreitada fracassada.
Segundo um interlocutor, Lula afirmou que não adianta pensar que o povo votará nele só porque decidiu se candidatar. Brizola era “Deus” nas eleições de 1989, mas em 1994 perdeu até para Enéas, disse Lula, que ficou em segundo lugar nas duas vezes.
O ex-presidente faz esse tipo de análise para pouquíssimas pessoas. Nas demais ocasiões, prefere usar o PT como sujeito. Costuma dizer que, se o governo não melhorar até 2018, será difícil para a sigla.
Segundo o petista, a população não vota por gratidão, olhando para o passado, mas, sim, de olho no futuro.
CAUTELA
Lula avalia que, caso o governo não esteja pelo menos com avaliação “regular” às vésperas de 2018, poderá ser necessário escolher outro nome no PT para disputar a Presidência. Interlocutores do ex-presidente afirmam que ele já apresentou esse diagnóstico à própria presidente.
Depois da reeleição de Dilma, em outubro do ano passado, Lula disse pela primeira vez aos mais próximos que seria candidato em 2018. A partir dali, o PT começou a tratar a candidatura como oficial.
No entanto, com o agravamento da crise que atingiu o governo, seu afastamento dos movimentos sociais na base petista, e a queda da popularidade de Dilma, alvo de protestos desde a reeleição, Lula passou a reavaliar o cenário.
AGENDA POSITIVA
O ex-presidente espera que, após o lançamento do plano de concessões prometido pelo governo para 9 de junho, Dilma organize uma agenda positiva e melhore sua imagem desgastada.
Por outro lado, aliados dizem que Lula tem se colocado como o responsável pelo projeto petista e, por esse motivo, a possibilidade de ver seu legado terminar de maneira “melancólica” mexe com ele.
Por isso, dizem petistas, uma candidatura de Lula diante de um cenário ruim é bem difícil mas, avaliando pesquisas de intenção de voto diante de um contexto político e econômico “regular”, ele pode apostar novamente.

01 de junho de 2015
Andréia Sadi e Marina Dias
Folha

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