"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DEU EM NADA A REUNIÃO DO PMDB COM LEVY



Deu em nada o jantar de ontem entre o ministro Joaquim Levy e a cúpula do PMDB, na residência do vice-presidente Michel Temer. É claro que a refeição estava perfeita, como os drinques, antes e depois. Ressalta-se também a cordialidade entre os comensais. Mas com relação aos apelos do cacique da política econômica e o maior partido de apoio ao governo, nada. Ficou evidente que o PMDB não votará favoravelmente às medidas provisórias que reduzem direitos trabalhistas. Nem as restrições ao salário desemprego nem o cerceamento às pensões das viúvas.
Bem que o ministro tentou demonstrar serem exagerados os benefícios concedidos aos desempregados, assim como a capacidade das mulheres jovens que perderam o marido de trabalhar depois de um curto período de luto. Não conseguiu. Para a quase totalidade dos presentes, em meio ao silêncio do vice-presidente da República, Joaquim Levy não sabe o que é estar desempregado e nem possui, em sua família, uma viúva sem saber como alimentar os filhos.
Importa menos saber as razões dos peemedebistas para negar apoio às maldades do governo. Pode ter sido por conta do descontentamento diante da formação do ministério. Quem sabe pela frustração por não estarem sendo atendidos no preenchimento dos cargos de segundo escalão. Até pela vontade de afirmação da independência do Legislativo. Ou mesmo se, de repente, acordaram para as necessidades do trabalhador. Tanto faz, pois a verdade é que não serão aprovadas as propostas de redução de gastos públicos às custas de mais sacrifício para a população menos favorecida.
Chegou a ser exposta por um deputado a alternativa para o governo encontrar recursos em outras fontes, como o imposto sobre grandes fortunas e a taxação maior dos lucros dos bancos. Foi a vez de Joaquim Levy ficar calado.
Em suma, ficou evidente a derrota das medidas provisórias, tais como chegaram à Câmara. Quanto a conciliações e composições em torno de números menos agressivos, marcaram outro jantar…
A MAIOR DAS VIOLÊNCIAS
Começa esta semana a campanha da presidente Dilma para recuperar a popularidade perdida. Fora os sucessivos anúncios que a Petrobras fartamente distribui pelos meios de comunicação, Madame percorrerá o país distribuindo benesses, inaugurando obras e desdobrando-se em pronunciamentos a respeito das excelências de seu governo.
Melhor faria se partisse da premissa de ser a pobreza a maior das violências. Torná-la visível seria um bom ponto de partida. Jamais escondê-la.
24 de fevereiro de 2015
Carlos Chagas

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