"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

HOLLANDE DECRETA DIA DE LUTO NACIONAL APÓS ATENTADO CONTRA CHARLIE HEBDO

(Philippe Wojazer - Reuters)
(Philippe Wojazer – Reuters)

Silêncio e indignação – O presidente François Hollande, da França, decretou luto nacional na quinta-feira (8), um dia após o atentado ocorrido em Paris que matou 12 pessoas e deixou outras 11 feridas na sede do jornal satírico Charlie Hebdo. Em pronunciamento à nação, Hollande afirmou que com o ataque toda a França foi agredida e que a melhor arma contra a tragédia é a união dos franceses, que horas depois do atentado saíram em protesto silencioso em várias regiões do país europeu.

“Hoje a República inteira foi agredida”, disse Hollande durante seu pronunciamento à nação. “A República é a liberdade de expressão, a cultura, a criação, o pluralismo e a democracia. E isso foi visado”, declarou presidente francês, que classificou as vítimas do atentado como heróis.
Além do luto nacional, será respeitado um minuto de silêncio nesta quinta-feira, ao meio-dia no horário local (9h em Brasília), em todas as repartições públicas francesas. As bandeiras do país ficarão hasteadas a meio mastro durante três dias.
Horas antes, François Molins, procurador de Justiça, confirmou que o ataque terrorista fez doze vítimas fatais, entre eles uma mulher e vários dos principais cartunistas do jornal. O presidente da França lembrou, em seu pronunciamento à nação, que entre os mortos também estavam dois policiais, “encarregados de proteger Charlie Hebdo e a redação, que era ameaça há anos pelo obscurantismo e que defendia a liberdade de expressão”. “Esse homens e essa mulher morreram pela ideia que tinham da França, ou seja, a liberdade”.
O presidente informou que agendou para quinta-feira uma reunião com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para mostrar a “determinação” do país na luta contra o terrorismo. Hollande também deve receber, no Palácio do Eliseu, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, além dos ex-candidatos nas eleições presidenciais Marine Le Pen (Frente Nacional, de extrema direita), François Bayrou (centro) e Jean-Luc Mélenchon (Frente de Esquerda).

Dois irmãos são suspeitos
A polícia francesa continua promovendo uma verdadeira caçada aos terroristas responsáveis pelo ataque ao Charlie Hebdo, mas de acordo com informações divulgadas no começo da noite desta quarta-feira as autoridades estão em busca de dois irmãos, de aproximadamente 30 anos, e um terceiro criminoso, mais jovem.
Fontes da polícia francesa afirmam que os atiradores são moradores de Paris, sendo que um deles já tem condenação por prática terrorista. O terceiro suspeito de participação no atentado ao jornal seria de Reims, na região da Champagne.
Após o covarde ataque, os terroristas deixaram o carro na região leste de Paris, onde os policiais concentraram as buscas iniciais, mas nenhuma pista que levasse aos culpados foi encontrada. Paris é muito bem servida de transporte público, o que pode ter facilitado a fuga dos criminosos após o abandono do veículo.
O fato de a polícia local já ter identificado os supostos responsáveis pelo atentado não significa que os mesmos não tenham deixado a Franca em direção a outro país europeu. O metrô que serve a capital francesa tem conexões com diversas estações ferroviárias, de onde partem os famosos trens de alta velocidade.

Em nome da causa islâmica
Testemunhas do ataque ao Charlie Hebdo afirmaram que os atiradores se identificaram como integrantes do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen. Mesmo assim, a autoria do atentado continua sob investigação da polícia francesa, que, como mencionado, já identificou três suspeitos pelo crime.
Cédric Le Béchec, que presenciou o ataque, disse ao jornal britânico “Telegraph” que antes de começarem a atirar os terroristas abordaram um homem na rua e disseram de forma clara: “Diga à imprensa que essa é a Al Qaeda no Iêmen”.
Cartunista do jornal, Corinne Rey disse ao jornal francês “L’humanité” que encontrou os terroristas no momento em que eles entravam no edifício onde funciona o Charlie Hebdo. Ela também afirmou que os terroristas disseram ser da Al Qaeda.
Corinne Rey estava saindo para buscar a filha em uma creche quando os terroristas armados chegaram e, sob ameaças, a obrigaram a abrir a porta por meio de senha. “Eles queriam subir. Eu digitei o código [de entrada]. Eles atiraram em Wolinski e no Cabu. Durou cinco minutos”, disse a cartunista.
Informações divulgadas logo após o ataque dão conta que os criminosos chamavam as vítimas pelo nome antes de atirar, o que reforça a possibilidade de o atentado ter sido planejado com muita antecedência.
Vale destacar que terroristas não agem com imediatismo, pelo contrário. Suas ações são planejadas com excesso de antecedência e muita paciência. Em alguns casos, como relatam os fatos, atentados demoram mais de cinco anos na fase de planejamento. Isso porque os operadores do ataque normalmente passam por treinamentos militares fora do país, como aconteceu no atentado da Maratona de Boston. Fora isso, as organizações terroristas, patrocinadoras dos ataques, precisam de tempo para infiltrar seus agentes nos países que serão alvo da barbárie, sem despertar a atenção das autoridades.

08 de janeiro de 2015
ucho.info

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