"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

NO GOVERNO A LAMBANÇA É GERAL

       
Depois de a presidente Dilma, segunda-feira, haver declarado que submeteria ao procurador-geral da República os nomes de políticos cogitados para o novo ministério, de modo a saber quais os envolvidos no escândalo da Petrobras, para não nomeá-los, veio o ministro da Justiça, ontem, afirmar a impossibilidade da consulta.
E pela simples razão de que Rodrigo Janot, com quem ele conversou na véspera, haver negado a possibilidade de transmitir qualquer informação ao palácio do Planalto, a respeito da lista ainda não divulgada, que elabora. Seu trabalho corre sob segredo de Justiça, sob sigilo absoluto.

Como admitir que Dilma tenha anunciado a disposição na frente dos jornalistas credenciados, para ser desmentida, um dia depois, pelo seu ministro da Justiça? O governo endoidou, tanto pela irresponsabilidade da presidente da República, ao anunciar a consulta sem  ter tido o cuidado de, antes, sondar o procurador-geral. Faltaram assessores para orientá-la? E ao ministro da Justiça, cuidados para preservar a chefe?

Esse fim de governo faz prenunciar o começo do segundo: uma lambança sem limites, ainda mais quando, ontem mesmo, foram conhecidos os nomes de alguns novos ministros indicados pelos partidos que apóiam o governo.
Gente sem a menor proximidade com os cargos que irão ocupar. Melhor poupá-los de referências nominais, mas por que o filho derrotado de Jader Barbalho nas eleições para governador do Pará irá ocupar o ministério da Pesca, ou Eliseu Padilha chefiará a Aviação Civil?

Ate ontem parecia certa a continuação de José Eduardo Cardoso, mas como imaginá-lo na Justiça depois de desmentir a presidente da República? De que maneira aceitar a chantagem dos partidos da base oficial, impondo nomes sem a menor relação com os problemas que precisarão enfrentar? Pior ainda: o que dizer de uma chefe do governo desprovida de condições para selecionar os melhores nomes para o seu ministério?

Endoidou todo mundo, ou melhor, o segundo mandato será igual ao primeiro.

SÓ FALTA CHAMAR O TIRIRICA
 
No Brasil, o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. Imaginava-se que Dilma finalmente comporia um ministério com os melhores em cada setor, sem pressões fisiológicas dos partidos. Não deu. Agora, ela amplia a prerrogativa para o Ministério Público. Só falta chamar o Tiririca, aquele do “pior não fica”…
 
Nessa trapalhada da formação do ministério, mais um vexame: sem saber se ficam ou se serão mandados embora, muitos ministros ignoram onde vão morar, a partir de janeiro. Matricular os filhos em escolas de Brasília ou de seus estados de origem? E o salário de janeiro?
 
A presidente não se preocupa com esses detalhes, mas bem que poderia, logo depois de sua reeleição, ter avisado da decisão sobre quem continuaria ou não no segundo governo.
 
PS – Um Feliz Natal a todos

Nenhum comentário:

Postar um comentário