É indiscutível a relevância da reforma da Previdência para o equilíbrio das finanças públicas, sendo que, realizada isoladamente, ela se torna insatisfatória para destravar a economia brasileira e promover o desenvolvimento nacional. Só assim começaremos a sair desta para melhor.
Dentro de poucos dias, ela estará sendo votada pela segunda vez na Câmara com amplas possibilidades de ratificação da votação já recebida, seguindo logo para o Senado, com perspectivas de se estender a uma nova dimensão.
A reforma aprovada em primeiro turno ainda não é propriamente a ideal, já que falta introduzir os estados e municípios para que ela seja completa.
Levando-se em conta que não existe reforma perfeita, a sua perfeição é uma meta e a qualidade da reforma é o quanto ela se aproxima dessa meta. Em todo caso, pelo menos, abrem-se os caminhos para outras agendas também indispensáveis como as reformas microeconômicas e as privatizações.
Outro ponto fundamental da reforma previdenciária é que ela está profundamente ligada à retomada dos investimentos. Muitos investidores, inclusive os internacionais, reforçam que a reforma é essencial para o controle do déficit público.
De imediato não teremos uma melhora surpreendente, mas certamente, isso eliminará o crescimento da curva negativa. A expectativa se mantem crescente quanto à deliberação final do Congresso.
Inicialmente, essa Reforma será levemente recessiva, já que deverá retirar uma parte dos recursos da economia, no entanto, teremos, como contrapartida, o renascimento da credibilidade junto aos investidores e empresários.
O país receberá um grande volume de investimentos que favorecerão, consequentemente, a empregabilidade, que deverá aumentar progressivamente, fazendo girar a roda da economia e sinalizando uma curva de direção ascendente.
Há mais de trinta anos fala-se na reforma tributária; ela poderá ser o próximo passo da agenda e, caso de fato aconteça, que seja guiada pela simplificação de impostos, já que a sobreposição dos mesmos é hoje abundante.
Atualmente, em virtude do nosso elevado déficit, torna-se prudente buscar um equilíbrio estratégico para não inibir o crescimento econômico e, consequentemente, aumentar o desemprego.
Assim como a reforma da Previdência, esta outra reforma é igualmente obrigatória, já que, sozinha, a primeira não poderia ser responsável por levar a economia a dar um salto qualitativo em termos de eficiência.
Acontece que o Brasil não suporta mais esperar para modificar com profundidade o sistema tributário. Mais do nunca é preciso construir agora um ambiente favorável para uma redução considerável da carga tributária nos próximos anos.
A reforma do Estado é outra grande prioridade entre as demais. Acontece que a República Federativa do Brasil gasta excessivamente e, por sinal, muito mal, oferecendo poucos benefícios aos brasileiros por ser muito ineficiente.
É preciso aumentar urgentemente a produtividade do setor estatal. Quanto menos Estado, mais liberdade para empreender e trabalhar.
Com relação ao protagonismo do Congresso na tramitação da reforma da Previdência, o alinhamento entre o Executivo e Legislativo foi explorado por alguns analistas políticos.
Em alguns pontos, existe uma certa equiparação de ideias entre eles e as divergências são normais no ambiente congressual, mas essa proximidade, sem dúvida, é muito benéfica.
É interessante a iniciativa do Legislativo de gerar ideias que possam transformar o Brasil. As relações equilibradas entre esses dois poderes contribuem basicamente para o exercício e o fortalecimento da democracia entre nós.
Finalmente, começamos a sair da “teoria” e partimos para “prática” das reformas estruturantes. Demos um passo importante, mas ainda temos de passar pelo segundo turno na Câmara e pelo Senado.
Nada garante, ainda, que a reforma previdenciária e as próximas serão aprovadas. Nisso tudo, admiro a predisposição da sociedade em geral de fazer as reformas acontecerem. Sinceramente, o Brasil até que enfim acordou para o fato de que elas são absolutamente vitais para deixarmos de ter um crescimento marginal, muito abaixo do nosso potencial como nação.
24 de julho de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é administrador, com MBA em Finanças pela Unifacs (Universidade Salvador).
Dentro de poucos dias, ela estará sendo votada pela segunda vez na Câmara com amplas possibilidades de ratificação da votação já recebida, seguindo logo para o Senado, com perspectivas de se estender a uma nova dimensão.
A reforma aprovada em primeiro turno ainda não é propriamente a ideal, já que falta introduzir os estados e municípios para que ela seja completa.
Levando-se em conta que não existe reforma perfeita, a sua perfeição é uma meta e a qualidade da reforma é o quanto ela se aproxima dessa meta. Em todo caso, pelo menos, abrem-se os caminhos para outras agendas também indispensáveis como as reformas microeconômicas e as privatizações.
Outro ponto fundamental da reforma previdenciária é que ela está profundamente ligada à retomada dos investimentos. Muitos investidores, inclusive os internacionais, reforçam que a reforma é essencial para o controle do déficit público.
De imediato não teremos uma melhora surpreendente, mas certamente, isso eliminará o crescimento da curva negativa. A expectativa se mantem crescente quanto à deliberação final do Congresso.
Inicialmente, essa Reforma será levemente recessiva, já que deverá retirar uma parte dos recursos da economia, no entanto, teremos, como contrapartida, o renascimento da credibilidade junto aos investidores e empresários.
O país receberá um grande volume de investimentos que favorecerão, consequentemente, a empregabilidade, que deverá aumentar progressivamente, fazendo girar a roda da economia e sinalizando uma curva de direção ascendente.
Há mais de trinta anos fala-se na reforma tributária; ela poderá ser o próximo passo da agenda e, caso de fato aconteça, que seja guiada pela simplificação de impostos, já que a sobreposição dos mesmos é hoje abundante.
Atualmente, em virtude do nosso elevado déficit, torna-se prudente buscar um equilíbrio estratégico para não inibir o crescimento econômico e, consequentemente, aumentar o desemprego.
Assim como a reforma da Previdência, esta outra reforma é igualmente obrigatória, já que, sozinha, a primeira não poderia ser responsável por levar a economia a dar um salto qualitativo em termos de eficiência.
Acontece que o Brasil não suporta mais esperar para modificar com profundidade o sistema tributário. Mais do nunca é preciso construir agora um ambiente favorável para uma redução considerável da carga tributária nos próximos anos.
A reforma do Estado é outra grande prioridade entre as demais. Acontece que a República Federativa do Brasil gasta excessivamente e, por sinal, muito mal, oferecendo poucos benefícios aos brasileiros por ser muito ineficiente.
É preciso aumentar urgentemente a produtividade do setor estatal. Quanto menos Estado, mais liberdade para empreender e trabalhar.
Com relação ao protagonismo do Congresso na tramitação da reforma da Previdência, o alinhamento entre o Executivo e Legislativo foi explorado por alguns analistas políticos.
Em alguns pontos, existe uma certa equiparação de ideias entre eles e as divergências são normais no ambiente congressual, mas essa proximidade, sem dúvida, é muito benéfica.
É interessante a iniciativa do Legislativo de gerar ideias que possam transformar o Brasil. As relações equilibradas entre esses dois poderes contribuem basicamente para o exercício e o fortalecimento da democracia entre nós.
Finalmente, começamos a sair da “teoria” e partimos para “prática” das reformas estruturantes. Demos um passo importante, mas ainda temos de passar pelo segundo turno na Câmara e pelo Senado.
Nada garante, ainda, que a reforma previdenciária e as próximas serão aprovadas. Nisso tudo, admiro a predisposição da sociedade em geral de fazer as reformas acontecerem. Sinceramente, o Brasil até que enfim acordou para o fato de que elas são absolutamente vitais para deixarmos de ter um crescimento marginal, muito abaixo do nosso potencial como nação.
24 de julho de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é administrador, com MBA em Finanças pela Unifacs (Universidade Salvador).
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