"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

NUVENS SOMBRIAS DESPONTAM NO HORIZONTE DO PAÍS



O renascer do Brasil passa essencialmente pela aprovação da reforma da Previdência, cuja celeridade da sua tramitação no Congresso é um dos vários pontos importantes recomendados na proposta. 
Aparentemente, existe uma certa consciência dos brasileiros e, até mesmo, da classe política quanto a necessidade em aprova-la, mesmo desidratada do projeto original apresentado pelo Presidente desde fevereiro. 
Todavia, caso ela não venha passar o governo não conseguirá honrar seus compromissos e aí não existe mágica que nos salve de uma crise inimaginável, provavelmente, a maior de nossa história.

Alguns executivos estão sendo proativos procurando analisar os diversos cenários prováveis, a fim de descobrir uma estratégia de gestão apropriada, pressentindo ao que possa vir acontecer. 
A grande questão, é que no atual estágio em que se encontram as coisas, fica um pouco complicado projetar possíveis situações, uma vez que, faltam-lhes dados mais concretos que permitam um estudo mais percuciente a fim de amenizar o problema.

O fato é que ainda não ocorreram algumas novidades que esperávamos. Seguramente, a conjuntura é complexa, envolvendo variáveis que caminham paralelamente e, infelizmente, até então, também não aconteceram. 
Com isso, fica realmente difícil mesmo se tendo cenários prováveis, porém distintos, delimitar a extensão de cada um deles.

A equipe econômica já sinalizou um plano interessante envolvendo quatro estágios para ressuscitar a economia e, igualmente, ações atreladas a implementação de medidas à ordem das contas públicas, através da aprovação da reforma da Previdência. 
O presidente da Câmara dos Deputados, aparentemente parece-nos que já reconsiderou alguns 
desentendimentos entre ele e o chefe do Executivo, voltando a anunciar que hipotecará total apoio às propostas do governo. 
O presidente do Senado, integra a base do governo e também recebeu um decisivo apoio para ocupar este cargo e, até agora, não transpareceu ser um empecilho às ações que venham a ser desencadeadas.

Portanto, inicialmente, são condições relevantes para acontecerem as reformas estruturante que tanto carecemos. Acontece, que não podemos jamais desprezar duas incertezas que pairam sobre nós, sendo elas, suficientes para assombrar aqueles que sonham em viver dentro de normas estáveis, essenciais para o País encarar os sérios problemas existentes, iniciando pela geração de empregos, prosseguindo no combate à pobreza e estendendo-se a modernização da nossa cadeia produtiva, que além de apresentar inúmeras dificuldades é pouco competitiva comparando-se às demais economias globais.

Lamentavelmente, a primeira delas, está nas entranhas da Presidência da República. As declarações contraditórias, a dificuldade em aglutinar aliados, a falta de uma coalizão na Câmara e Senado, as disputas internas que acontecem entre os principais auxiliares do presidente, os “fake-news” criados e disseminados por elementos que estão bem próximos do atual mandatário, as idas e vindas do Presidente, a luta incansável pelo poder e pelos cargos, não estão sendo nada oportunas e, muito menos, estão levando o Brasil a um lugar que venha favorece-lo na sua reconstrução.

A segunda, sem dúvida, é o Judiciário. É quase impossível se planejar no longo prazo quando vemos ele fomentando diariamente novas divergências jurídicas, impedindo que as empresas se ajustem às regras básicas para o desenvolvimento da sociedade. 
Não é somente o Supremo Tribunal Federal que atua nesta direção. Aliás, todas as instâncias do Judiciário estão praticamente suscitando decisões que afetam diretamente os negócios, alterando regras firmadas, mudando o entendimento sobre matérias pacificadas, adotando novos focos de conflitos em cima de interpretações meramente individuais de juízes que confundem a aplicação da lei com fazer justiça.

Diante deste panorama e também dos últimos acontecimentos, sinceramente, muitos poucos gestores ainda devem estar plenamente otimistas como já estiveram após o resultado das eleições presidenciais, porém, espero, que estejam lembrados deste famoso provérbio português que - “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).

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