"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 1 de dezembro de 2018

DEPUTADOS PRESOS E SEM JULGAMENTO NO RIO SÃO IGUAIS A CADÁVERES INSEPULTOS

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Picciani tem prisão domiciliar porque usa fralda geriátrica
Três deputados estaduais do Rio pelo MDB estão presos há mais de um ano por corrupção, à espera de serem cassados por seus pares. Enquanto isso não acontece, continuam recebendo seus salários, verbas de representação, ajuda de custo e outras benesses. Seus funcionários de gabinete também continuam na folha de pagamento, embora não tenham o que fazer.
Outros sete deputados estaduais, dos quais cinco reeleitos em outubro último, foram presos há duas semanas e podem ter o mesmo destino: prisão com vencimentos integrais enquanto não perderem os mandatos, leve o tempo que levar.
R$ 20 MILHÕES – Os três primeiros deputados presos, um deles o notório Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia fluminense e velho cúmplice do ex-governador Sérgio Cabral, já custaram à Alerj pelo menos R$ 9 milhões nesse período. Se a cassação dos outros sete também se arrastar, a despesa com esses cadáveres insepultos passará de R$ 20 milhões. Num estado falido e com os serviços nas últimas, como o Rio, é de se perguntar o que não se compraria de importante para a população com esse dinheiro.
Na área da saúde, R$ 20 milhões comprariam muita coisa em gaze, algodão, luvas hospitalares, máscaras, seringas, roupa de cama, jalecos, instrumentos, anestésicos, analgésicos, luz, gás, alimentação e conforto para os residentes. Vidas poderiam ser salvas com a maior fartura desses itens.
E MUITO MAIS – Na área da educação, R$ 20 milhões equivaleriam a currículos mais exigentes, tecnologia de ponta em sala de aula, professores com melhores salários, bibliotecas decentes, merenda para os alunos e maior aproveitamento em geral.
No quesito segurança, R$ 20 milhões representariam mais serviço de inteligência, fronteiras estreitamente vigiadas, armamento mais sofisticado, menos operações de risco e menor número de mortos.
Seria ótimo, não? OK, agora, acorde. E os ditos cadáveres podem voltar a caminhar entre nós.

01 de dezembro de 2018
Ruy Castro
Folha

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