"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PAULO GUEDES SUBIU NO TELHADO E QUEM MANDA NA CAMPANHA SÃO OS GENERAIS


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Guedes acreditou na capa da Veja…
Já era esperado. O economista Paulo Guedes, com sua fama de professor e ex-banqueiro, julgou que seria uma espécie de Rasputin imberbe e meio careca no Palácio do Planalto, caso o candidato Jair Bolsonaro fosse eleito presidente da República, mas na política as coisas não funcionam exatamente assim. Em sua coluna no Estadão, a jornalista Vera Magalhães já cantou a pedra, dizendo que a união de Bolsonaro e Guedes é apenas “um casamento de fachada”. E o fato concreto é que casamentos desmoronam, mesmo sendo somente para constar – ou de fachada, como prefere a excelente colunista.
Neste final de primeiro turno, a crescente possibilidade de Bolsonaro ganhar a disputa presidencial fez eclodir uma precoce disputa de poder dentro do núcleo de campanha, entre os civis e os militares da entourage. E todos sabem quem vai sair vencedor.
FORA DO BARALHO – Como não há condições de Bolsonaro conduzir a campanha, Paulo Guedes foi assumindo a parte que julgou lhe caber neste latifúndio. Na semana passada, ao anunciar seu plano de reforma tributária – que por enquanto substitui atuais tributos por uma única cobrança semelhante à da CPMF –, Guedes pensou que estava abafando, mas tratava-se de uma tragédia anunciada, porque o próprio Bolsonaro votara contra a ressurreição da CPMF e prometera não recriar o imposto.
Guedes também julgou ter reinventado a pólvora, ao propor o fim da independência do voto parlamentar, com fechamento de questão obrigatório em toda votação de interesse do governo.
Resultado: o criativo economista desabou feito o viaduto imortalizado por Aldir Blanc e João Bosco. A queda não deixou vítimas, a não ser o próprio Guedes, que no sábado foi visitar Bolsonaro no hospital e descobriu estar proibido de anunciar qualquer coisa relacionada à campanha.
GENERAIS NA ATIVA – Quem manda agora no QG partidário é o próprio Bolsonaro, assessorado pelos dois filhos deputados (Eduardo e Flávio) e o vereador (Carlos), e por um grupo de generais reformados que estão cada vez mais na ativa, em matéria de política.
Além do general Hamilton Mourão, candidato a vice, participam da campanha os generais Augusto Heleno, Aléssio Ribeiro Souto e Osvaldo Ferreira na linha de frente.
Não há problemas de hierarquia, porque todos sabem que é Bolsonaro quem manda. Em contrapartida, o capitão também sabe que não pode sair da linha e os interesses nacionais terão de ser respeitados. Se ganhar a eleição, que ainda depende do fôlego de Fernando Haddad e da terceira via de Ciro Gomes, a conversa vai ser outra e o reinado dos banqueiros e investidores estará com seus dias contados.
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P.S. – 
A situação é curiosíssima, porque nunca houve nada igual em tempo de democracia, nem mesmo no governo do marechal Eurico Dutra. Quanto à direção do PSL, tenta fingir que manda em alguma coisa e o resultado é patético – não manda em nada. O(C.N.)


24 de setembro de 2018
Carlos Newton

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