"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

ESTRATÉGIA VITORIOSA DE BOLSONARO SÓ ESTÁ VALENDO PARA O PRIMEIRO TURNO


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Charge do Thomate (Arquivo Google)
Reportagem de Rodrigo Rangel, Gabriel Castro e Marcela Matos, na Revista Veja que está nas bancas, focaliza nitidamente a estratégia organizada no twitter e em outras redes sociais em favor da candidatura de Jair Bolsonaro. Essa organização, que vem funcionando há mais de dois anos, consiste basicamente na ocupação de espaços elogiosos ao seu desempenho político, com grande frequência e entusiasmo. Os repórteres reuniram 10 exemplos de twitters, liderados por um conjunto de pessoas fisicas, todas voltadas em favor de seu nome e destacando suas qualidades. O projeto foi bem elaborado para dar ideia de que as manifestações são espontâneas.
A revista Veja contratou a Agência Exata, especialista em comunicação digital para analisar tanto o fenômeno quanto o processo.
TRABALHO BEM FEITO – A Exata chegou à conclusão de que as postagens se destinavam a influenciar o jogo político, uma vez que 70% das mensagens estavam voltadas para o único objetivo de proporcionar destaque a Bolsonaro, na medida em que exaltavam o caráter positivo de sua atuação.
A estratégia digital no apoio ao candidato do PSL revelou-se eficiente. Mas ela representa apenas uma fração do eleitorado: seu êxito nas urnas de outubro reside mais no mundo real das vontades do que no universo restrito aos seus adeptos.
A Veja relacionou 10 nomes que seriam os generais da campanha de Bolsonaro nas redes sociais, principalmente no twitter, embora Bolsonaro esteja presente também, ao que tudo indica, da mesma forma no Facebook.
Rodrigo Rangel, Gabriel Castro e Marcela Matos concluem ser esta a razão que mantém Jair Bolsonaro na liderança da pesquisa do Datafolha considerando-se o cenário sem Lula.
NA LIDERANÇA – Afastado o ex-presidente Lula em outras simulações, todas elas tem Bolsonaro liderando com 17%, seguido por Marina Silva 15%, vindo a seguir Ciro Gomes e Joaquim Barbosa com 9 pontos cada um. Entretanto, projetada a simulação para o segundo turno, Bolsonaro perde para Marina, Ciro Gomes e fica um ponto atrás de Geraldo Alckmin que registra 33%. O Datafolha não considerou o desfecho final se no segundo turno estiverem ele, Bolsonaro, e Joaquim Barbosa.
Em síntese, verifica-se, na minha opinião, o seguinte: pelo quadro atual Bolsonaro encontra-se com o passaporte carimbado para o segundo turno, marcado para 28 de outubro. Isso porque encontra-se à frente dos principais rivais.
ENFRAQUECIMENTO – Porém, no segundo turno sua posição sofre enfraquecimento. Tanto assim que fica atrás de Marina Silva e os principais adversários. Isso, repito, com base no quadro de hoje. Mas como a política é mutável rapidamente, pode se admitir que amanhã, por exemplo, verifique-se um crescimento menos visível de algum ou de alguns candidatos. Portanto, temos de esperar novos encadeamentos para opinar objetivamente sobre o processo global em torno da sucessão do presidente Michel Temer.
A situação de Geraldo Alckmin, para citar um exemplo, passou a ser mais vulnerável do que era até esta semana. Não só pela ação investigatória do Ministério Público, como também em consequência do desabamento da imagem pública do Senador Aécio Neves, com reflexo no PSDB. Os principais redutos tucanos, São Paulo e Minas Gerais, também os dois principais colégios de votos no país, foram atingidos em cheio por uma série de novas denúncias.
A partir daí o panorama pode sofrer modificações de porte. Não quanto a Bolsonaro, mas também em relação aos principais opositores do atual presidente da República. Isso porque explode uma possível aliança entre o Palácio do Planalto e o Palácio dos Bandeirantes. No meio do embate, como sempre, situa-se o eleitorado do país. Que vai às urnas em outubro, no dia 7 e depois no dia 28.

23 de abril de 2018
Pedro do Coutto

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