"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

MEIRELLES QUER DISPUTAR 2018 COM APOIO DE TEMER NUM DOCE VOO NA ILUSÃO

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Charge do Nani (nanihumor.com)
O título, claro, está inspirado em Tennessee Wiliams e o fato é objeto de reportagem de Marina Dias, Folha de São Paulo desta quarta-feira. O ministro da Fazenda, que hoje assinala 0% nas pesquisas do Datafolha e do Ibope, espera chegar em março com um índice básico de 5 pontos. Seria esta a propulsão para sua candidatura à presidência da República. Candidato de Michel Temer? Uma ilusão, pois o atual governo tem a aprovação de apenas 3% do eleitorado brasileiro e pode ainda se tonar mais impopular em face do debate sobre a reforma da Previdência.
O ministro da Fazenda é um homem muito capaz em matéria de economia e finanças. Mas, pelo visto não possui sintonia alguma em matéria de política. Política partidária inclusive.
ESTÁ NO PSD? – Henrique Meirelles não sabe por qual partido pretende concorrer. Qualquer legenda serve. Menos a do PSDB porque o governador Geraldo Alckmin, indicado para presidir a legenda, anunciou que vai propor o desembarque do governo, com os ministros que possui abandonando os cargos. Somente Aloysio Nunes Ferreira quer permanecer na Esplanada dos Ministérios.
Por isso, Meirelles deve ler com atenção a reportagem de Maria Lima, Catarina Alencastro, Eduardo Barreto, Letícia Fernandes e Silvia Amorim, edição de ontem de O Globo.
O titular da Fazenda não deve voltar-se contra os fatos. Suas perspectivas eleitorais não favorecem a seu projeto de decolagem em março. Decolagem sem aeroporto porque no caso, o aeroporto obrigatoriamente tem que possuir a marca de um partido político. Será que seu partido, o PSD, lhe dará legenda?
FORTE REJEIÇÃO – É verdade, como as pesquisas estão demonstrando, que existe na atmosfera brasileira uma forte rejeição aos políticos da velha guarda. Eles falharam e intoxicaram o país de promessas e mais promessas, todas esquecidas. Neste caso, enquanto Meirelles voa na ilusão, os eleitores e eleitoras fortificam suas opiniões na triste realidade que envolve o país.
Mensalão, Petrolão, Odebrecht, JBS, Andrade Gutierrez são exemplos de uma sórdida onda de cooptações. Do outro lado, Joaquim Barbosa, Sérgio Moro, Marcelo Bretas para citar apenas três figuras que respondem com honestidade aos desafios da desonestidade.  Por falar em Joaquim Barbosa, que alcançou 11 pontos no Datafolha, sua candidatura tem potencial para crescer. Seu partido, o PSB, é pequeno. Mas foi o autor do convite para sua filiação e candidatura à Presidência da República. Ainda não respondeu, porém o campo está aberto para uma resposta afirmativa.
BARBOSA – 0 ex-presidente do Supremo encarna o sentimento popular de rejeição aos políticos e traz consigo a bandeira da ética. Ele, certamente, tem defeitos, como todo ser humano, mas é preciso considerar a verdade de que o candidato ideal não existe.
Esta frase não é minha. Estou repetindo uma opinião do grande pensador Alceu de Amoroso Lima. Em 65, em sua coluna no Jornal do Brasil, Amoroso Lima anunciou o voto em Negrão contra o candidato de Lacerda, Flexa Ribeiro. Jovens estudantes foram a sua casa e criticaram seu posicionamento. Amoroso Lima respondeu apenas: o candidato ideal não existe.
Essa frase sintetiza a realidade. Fora daí é atribuir a política um sentido de ilusão. O pensador cristão preferiu a verdade explícita.

01 de dezembro de 2017
Pedro do Coutto

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