"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

LAVA JATO DESISTE DA "DELAÇÃO SELETIVA" DE CUNHA, QUE TENTAVA POUPAR ALIADOS

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Cunha tentou embromar a Lava Jato e se deu mal
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi informado de que as negociações de seu acordo de delação foram suspensas pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Cunha, que está preso há dez meses no Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR), recebeu a notícia depois que seus advogados foram informados oficialmente pelos procuradores de que não havia qualquer possibilidade de o acordo do político evoluir.
Pessoas que estiveram com Cunha após o episódio relatam que ele não se exaltou ao receber a notícia. Os advogados do peemedebista estudam a possibilidade de insistir na delação após a troca do procurador-geral da República. No dia 17 de setembro, Rodrigo Janot, que ocupa o cargo, será substituído por Raquel Dodge, nomeada para o cargo pelo presidente Michel Temer.
POUCA CONSISTÊNCIA – Segundo envolvidos nas tratativas, o principal motivo da suspensão das conversas seriam os temas pouco consistentes oferecidos pelo ex-deputado.
Como a Folha informou em julho, os investigadores vinham insistindo para que Cunha apresentasse informações sobre uma conta ou um trust em paraíso fiscal que pudesse ter ligação direta com Michel Temer.
Outra condição para que as negociações evoluíssem era que Cunha entregasse fatos ilícitos envolvendo aliados, como os deputados do centrão – bloco político que o ajudou a se eleger presidente da Câmara em 2015 e que foi determinante para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
FOCO NOS INIMIGOS – Uma das principais críticas dos investigadores é que desde que o ex-deputado começou a negociar seu acordo, há cerca de três meses, ele focou somente em temas espinhosos para seus inimigos e tentou reduzir danos em relação aos aliados.
O rascunho de delação de Cunha chegou a ter cerca de 100 anexos e mirou nomes como o secretário-geral da Presidência, Moreira Franco, e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Também estavam na proposta de delação o lobista e ex-conselheiro da Toyo Setal, Júlio Camargo, e o lobista Fernando Soares, o Baiano. Ambos delataram Cunha em seus acordos com a Procuradoria.
CHEFE DA QUADRILHA – Como as conversas travaram, a defesa de Cunha e a PGR nem chegaram à fase de discussão de benefícios. No entanto, os procuradores já haviam sinalizado que o desejo do político de sair no fim do ano não seria atendido.
Desde que representantes de Cunha buscaram os procuradores para uma negociação, grande parte da força-tarefa de Curitiba se posicionou contra a tratativa.
Integrantes do grupo relataram à Folha que ele era o chefe de uma organização e que não fazia sentido dar qualquer tipo de benefício ao cabeça do grupo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Os jornalistas precisam ter muito cuidado com seus informantes. São estranhas essas matérias sobre delações que trazem informações sobre exigências específicas da força-tarefa para pegar Temer ou Lula. Esse tipo de notícia é parte da intensa campanha em curso para desmoralizar a Procuradoria-Geral da República e a própria Lava Jato. Essa exigência da conta de Temer no exterior, por exemplo, só pode ser Piada do Ano. A informação correta é de que a Lava Jato desistiu da “delação seletiva” de Cunha, porque ele tentou poupar seus aliados. Simples assim.  (C.N.)


16 de agosto de 2017
Bela Megale e Reynaldo Turollo Jr.
Folha

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