"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

TEMER ASSUME O SATANISMO E PRETENDE SE TRANSFORMAR NUM "PRESIDENTE-ZUMBI"



Charge do Regi (Amazonas Atual)
Um dos aspectos mais curiosos da Lava Jato foi o relato do marqueteiro João Santana sobre o presidente Michel Temer. O publicitário revelou que em 2010 o PT fez pesquisas que  revelaram queda nas intenções de voto para Dilma Rousseff quando o então candidato a vice participava das propagandas. O motivo seria uma suposta vinculação da imagem de Temer ao satanismo. Dando risadas, Santana disse ter feito um estudo sobre ocultismo e encontrou um personagem do século 17 que tinha o mesmo nome do atual presidente e era adepto do satanismo.
É claro que uma coisa nada tem a ver com a outra, porque no caso de Temer quem inventou essa estória foi o então senador Antonio Carlos Magalhães, do antigo PFL, quando presidia o Senado. Em 1999, ACM comprou uma briga com Temer, que presidia a Câmara, e o apelidou de “Mordomo de Filme de Terror”. De lá para cá, a piada vem sendo repetida.
DRÁCULA DA DEMOCRACIA – Em dezembro de 2015, Renan Calheiros era  presidente do Senado e também se desentendeu com Temer. Disse no plenário que iria sugerir ao vice-presidente que, se perdesse o cargo no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, poderia pensar em outros empregos, como  “mordomo de filme de terror ou carteiro”, referindo-se à carta que Temer acabara de mandar a Dilma Rousseff, dizendo-se desprestigiado no governo do PT.
No final de março de 2016, em pleno processo do impeachment, o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA) fez um discurso na tribuna da Câmara, para acusar Temer de conspirador, e seguiu na mesma balada: “Se ACM o taxava de ‘Mordomo de Filme de Terror’, eu acrescento que hoje ele é o Drácula da Democracia”.

PRESIDENTE-ZUMBI
 – Pouco mais de um ano depois, agora Michel Temer parece ter incorporado o personagem vislumbrado por ACM e ameaça se transformar num presidente-zumbi, para assombrar o Planalto na convivência com os fantasmas que declarou vislumbrar no Palácio Alvorada quando se mudou para lá, cujas aparições fizeram com que voltasse a residir no Jaburu.
Sua rejeição bate todos os recordes, sua imagem pública está destroçada, mas Temer finge governar, convoca reuniões e dá ordens à base aliada, que finge obedecer. Ele continua nessa encenação e no domingo resolveu nomear um novo ministro que aceita fazer sua defesa sem cobrar nada, contentando-se apenas com aqueles 15 minutos de fama celebrizados pela genialidade de Andy Warhol.
Mas não há como segurar Temer, porque o deputado que recebeu a mala dos R$ 500 mil vai fazer delação, para destruir o que ainda resta do presidente. 
Mesmo assim, ele não renuncia. Pelo contrário, conta com a amizade e cumplicidade de ministros do TSE para retardar o julgamento e manter mais algum tempo esse governo morto-vivo.
NÃO HÁ GOVERNO – A inexistência de governo traz consequências, é claro. Ao invés de estarem preocupados em reduzir direitos sociais, os três Poderes deveriam se dedicar a outras missões mais necessárias, como desativar a bomba-relógio da dívida pública ou reduzir a criminalidade, adotando leis mais duras e tolerância zero. Mas como fazê-lo, se o crime se instalou lá na Praça dos Três Poderes, subvencionado com recursos públicos e protegido pelo foro privilegiado.
Se a Justiça funcionasse, a impunidade diminuiria, haveria um maior respeito às leis. Mas os ministros do Supremo são os primeiros a dar o exemplo, ao libertar perigosos meliantes devido a meras tecnicalidades processuais, e ainda chamam isso de Justiça.
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PS – O fato concreto e auspicioso é que o Brasil consegue resistir a todas essas irresponsabilidades. Certamente, chegará um dia em que teremos governantes e autoridades decentes, capazes de nos levar a um futuro melhor. Por enquanto, temos de aturar esse presidente-zumbi e seus comparsas, que agem como se não tivessem medo da lei nem do ridículo. (C.N.)

31 de maio de 2017
Carlos Newton

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