"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

FHC DIZ PARA TEMER RESISTIR, MAS COMEÇA A MANOBRAR PARA SUBSTITUÍ-LO NO PODER

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Aos 85 anos, FHC só pensa “naquilo”…
Em meio ao temor de que PSDB e DEM abandonem o governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso telefonou sábado para o presidente Michel Temer. Segundo interlocutores do presidente, FHC disse para Temer “resistir” e “ficar firme”, em meio à crise crescente. O PSDB de FHC cancelou a reunião que faria na tarde deste domingo para debater a crise política.
Na quinta-feira, Fernando Henrique publicou um texto em suas redes sociais no qual falou que caso as alegações da defesa dos implicados na delação da JBS não fossem convincentes, estes “terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”.
SUCESSÃO CONTROLADA – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou, a dois interlocutores, que Michel Temer não conseguirá se manter no Palácio do Planalto até o fim do mandato. Diante desse cenário, defendeu que tem de ser realizada uma sucessão controlada, em que haja um grande acordo entre todas as forças políticas para chegar a 2018. O tucano não ficou apenas nas palavras e, no sábado, ligou para o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim para dar início a essa articulação.
Fernando Henrique procurou Jobim, que comandou a Justiça no seu governo e a Defesa nos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, para fazer a ponte com o PT. A tese do ex-presidente é que em 2018 todos poderão se enfrentar na eleição, mas que agora o momento é de união.
Por outro lado, Fernando Henrique afirmou a pessoas próximas que o PSDB não pode “trair” Temer. O ex-presidente ligou para o peemedebista no sábado e, segundo integrantes do Palácio do Planalto, o aconselhou a “resistir” e a “ficar firme”, em meio à crise que se avoluma.
“GESTOS DE RENÚNCIA” – Na quinta-feira, FHC havia publicado um texto em suas redes sociais argumentando que, caso as alegações da defesa dos implicados na delação da JBS não fossem convincentes, eles “terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”.
O principal temor do ex-presidente é uma saída aventureira ou casuística que aprofunde a crise no país. Por isso, a ideia é começar a negociar desde já para, caso se confirme o prognóstico e Temer caia, a sucessão seja realizada de maneira “controlada”.
Em consonância com essa estratégia, uma reunião da cúpula do PSDB com o comando do DEM, marcada para ontem à tarde em Brasília para discutir a crise política, foi cancelada. Segundo integrantes dos dois partidos, a informação de que o encontro determinaria se as legendas continuariam ou não a apoiar o governo levou ao recuo.
CANCELAMENTO – “A reunião foi cancelada porque vazou para a imprensa que esta seria uma reunião de decisão sobre a permanência do partido no governo ou não. Como a reunião não tinha esse propósito, foi melhor foi cancelá-la, pois não seria possível fazer qualquer tipo de anúncio de decisão, já que não era essa a finalidade — afirmou o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC).
Entre os tucanos, é crescente a percepção de que o destino do governo está selado. Diante das graves acusações no inquérito que tramita no STF, a avaliação de parlamentares ouvidos pelo Globo é a de que Temer não tem mais condição de conduzir a agenda de reformas e manter um governo estável.
A saída, nesse caso, seria uma eleição indireta, feita pelo Congresso, único caminho em que se teria a possibilidade de eleger alguém que tenha um bom trânsito em várias alas da sociedade e dos partidos.
JOBIM NÃO SERVE – Jobim é visto como a pessoa para fazer a ponte desse acordo, mas não como o nome para conduzir o país — já que enveredou pela iniciativa privada e assumiu um cargo no alto escalão do BTG, banco de investimentos que foi alvo da Lava-Jato.
Segundo um amigo de Fernando Henrique, essa relação deixa Jobim em uma posição de “fragilidade”; e tampouco há indicativos de que ele decidiria abrir mão agora dos milhões de reais que recebe por ano em troca de um posto político altamente complicado no momento.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – FHC é um farsante. No dia em saíram as denúncias de Joesley, publicamos aqui na Tribuna da Internet que ele se candidataria à eleição indireta. E não deu outra. Sempre na base do “esqueçam tudo que escrevi”, ele pede para Temer resistir, mas manobra para substituí-lo. FHC é uma reedição do personagem “Duas Caras”, nas aventuras do Batman.(C.N.)

22 de maio de 2017
Pedro Dias Leite e Paulo Celso Pereira
O Globo

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