"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 1 de abril de 2017

TRIBUNAL DA VENEZUELA REVOGA DECISÃO DE ASSUMIR AS FUNÇÕES DO PARLAMENTO

TENTATIVA DE GOLPE
NA QUARTA, O TSJ DESTITUIU OS DEPUTADOS E DECLAROU QUE OS MAGISTRADOS ASSUMIRIAM AS FUNÇÕES
A REVOGAÇÃO DA DECISÃO FOI FEITA APÓS O CONSELHO DE DEFESA PEDIR A REVISÃO DA SENTENÇA


O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela revogou hoje (1º) a decisão de assumir as funções do Parlamento, depois de o Conselho de Defesa, chefiado pelo presidente, Nicolás Maduro, pedir ao tribunal para rever a medida. .

O tribunal corrigiu o julgamento sobre os poderes da Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, e a imunidade parlamentar. "Se esclarece o Ofício nº 155, de 28 de março de 2017, no que diz respeito à imunidade parlamentar. Tal conteúdo é excluído", diz, em comunicado, o tribunal.

O TSJ diz ainda que, "com relação ao Parágrafo 4.4 do dispositivo, que garante que os poderes parlamentares serão exercidos diretamente por ele ou pelo órgão que indicar, para assegurar o Estado de Direito, o conteúdo é apagado ".

Decisão

Com funções equivalentes ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, o TSJ publicou na quarta-feira (29) sentença na qual destituiu os deputados de suas faculdades legislativas e declarou legal que os magistrados assumissem funções dos parlamentares. Segundo os juízes, que são alinhados ao presidente Nicolás Maduro, enquanto persistir a situação de "desacato" e de invalidez das atuações da Assembleia Nacional, a Sala Constitucional do TSJ garantirá que as "competências parlamentares sejam exercidas diretamente por esta Sala ou pelo órgão que ela disponha, para velar pelo Estado de Direito".

A direção da Assembleia Nacional da Venezuela qualificou de golpe de Estado a decisão do tribunal.

Pedido de Maduro

A revogação da decisão foi feita após o Conselho de Defesa da Nação da Venezuela pedir hoje ao TSJ para revisar as sentenças em que ele tirou as funções do Parlamento, depois que a Procuradoria do país alertou sobre uma "ruptura da ordem constitucional".

"Peço ao Tribunal Supremo de Justiça para revisar as decisões 155 e 156, com o propósito de manter a estabilidade institucional e o equilíbrio de poderes, mediante os recursos contemplados no ordenamento jurídico venezuelano", diz o acordo do Conselho, lido pelo vice-presidente Tareck El Aissami, em cadeia obrigatória de rádio e televisão.

Outro ponto do acordo a que chegou o conselho foi ratificar que o TSJ, em sua Sala Constitucional, "é a autoridade competente para controlar a constitucionalidade dos atos emanados de qualquer órgão do Poder Público nacional", assim como "a resolução dos conflitos entre poderes".

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou o conselho, com o objetivo de "resolver" o que ele chamou de impasse derivado da posição do Ministério Público diante da sentença.

Maduro rejeitou a "intervenção grosseira" que, na sua opinião, alguns governos estrangeiros "pretendem ditar na Venezuela". O chefe de Estado venezuelano celebrou a "capacidade" de seu país de superar "qualquer controvérsia" para o cumprimento da Constituição.

Brasil

O Ministério das Relações Exteriores divulgou na quinta-feira (30) nota em que manifestou a posição de repúdio do governo brasileiro à decisão tomada pelo TSJ da Venezuela. No documento, o Itamaraty considera a medida “um claro rompimento da ordem constitucional”. “O pleno respeito ao princípio da independência dos Poderes é elemento essencial à democracia. As decisões do TSJ violam esse princípio e alimentam a radicalização política no país”, diz trecho da nota do Itamaraty.



01 de abril de 2017
diário do poder

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