"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de março de 2017

NO DESESPERO, PARLAMENTARES QUEREM LEGALIZAR NOVAMENTE AS DOAÇÕES DE EMPRESAS


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Charge do Nef (neftalyvieira.blogspot.com)
Além da Operação Lava-Jato, as eleições de 2018 têm tirado o sossego de políticos. Mesmo que sejam denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), por causa do foro privilegiado, os processos devem correr lentamente no Supremo Tribunal Federal (STF) e uma cassação é improvável. O que pode lhes tirar do poder são as urnas. Na avaliação de congressistas, o momento de descrédito da classe política, o novo modelo de financiamento eleitoral e a incerteza sobre o que pode ou não ser declarado como doação oficial podem deixar as eleições mais iguais e levar a uma ampla renovação do Congresso.
Para terem maior facilidade de reeleição, parlamentares preparam uma ofensiva para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que legalize novamente a doação de empresas privadas às campanhas.
REAÇÃO NEGATIVA – Os parlamentares, no entanto, temem uma reação negativa da opinião pública e estudam como será o texto da PEC, que ainda não foi apresentada. Enquanto uns defendem que a lei deve voltar a ser como antes, outros são mais comedidos e sugerem que se estabeleça um limite de valor para as doações. Uma alternativa mais branda seria manter vedada a participação das empresas privadas, mas mudar a lei em relação às doações de pessoas físicas. Hoje, é permitida a contribuição de até 10% do valor declarado no Imposto de Renda (IR) do ano anterior. A ideia é flexibilizar essa questão e impor um limite que não tenha relação com o IR.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Gilmar Mendes, é um dos principais críticos da lei atual. “É preciso fazer alguma mudança, porque nós corremos risco de ir para uma campanha com mais de 30 mil candidatos e causar um quadro de grande insegurança jurídica”, analisa. Para ele, a tendência “é aumentar os casos de caixa 2”. “Por isso, é importante construir um consenso básico sobre uma reforma político-eleitoral. Mas temos um limite temporal explícito, pois isso teria de ocorrer até outubro deste ano para valer em 2018.” Questionado sobre qual seria o modelo ideal, ele prefere não opinar. “Não sei como. Não tem fórmula. A resposta teria que ser a reforma do possível”, observa.
FINANCIAMENTO PÚBLICO – Carlos Zarattini (PT-SP), líder do PT na Câmara, um dos principais partidos que defendem o financiamento público de campanha, avisa que fará uma defesa ferrenha da lei atual caso o tema volte à discussão. “Sempre fomos contra a doação privada e não vamos mudar. Está comprovado que o maior problema que enfrentamos hoje, a Lava-Jato, decorre dessa questão do financiamento privado. E isso não está atingindo só o PT”, diz.
Sobre eventuais mudanças nas regras para contribuição de pessoas físicas, ele concorda que o modelo tem de ser revisto. “Isso tem que mudar, mas com limite menor do que tem hoje. Queremos um limite numérico absoluto. Atualmente, quem tem renda muito alta pode doar bastante”, comenta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A confusão é absoluta na Praça dos Três Poderes. A política precisa evoluir no rumo da democracia e os candidatos precisam ter oportunidades iguais. É uma exigência democrática óbvia e até prosaica, mas ainda inaceitável pela atual classe política, que a todo custo tenta manter seus privilégios podres e bolorentos. (C.N.)

13 de março de 2017
Matheus Teixeira
Correio Braziliense

2 comentários:

  1. Gente esta questão da contribuição de empresa em campanha eleitoral é muito fácil de resolver. Elas não querem só ajudar o pobre do político. Então todas as empresas que contribuírem com políticos para a sua candidatura, não poderão participar de concorrência pública. Já que o interesse delas é só ajudar o pobre do político.

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  2. João, você lembrou-me a Lei de Nini: "Problemas complexos têm soluções simples, fáceis de compreender, e erradas". Ou então, o célebre enigma geral: "O otimista acredita que vivemos no melhor dos mundos possíveis. O pessimista teme que isso seja verdade".
    Hoje estou convencido de que o humor é a melhor parte da nossa inteligência emocional.

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