"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

DALLAGNOL: DELAÇÕES DEVEM REVELAR CORRUPÇÃO EM VÁRIOS ESTADOS

PROCURADOR PREVÊ DESDOBRAMENTOS DA LAVA JATO POR TODO O PAÍS
PROCURADOR PREVÊ DESDOBRAMENTOS DA LAVA JATO POR TODO O PAÍS COM DELAÇÃO DA ODEBRECHT

Os acordos de delação premiada da Odebrecht devem revelar casos de corrupção em vários Estados do país, afirmou o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador federal Deltan Dallagnol.

"É natural que aconteça um desdobramento da Lava Jato com 'filhotes' da operação por todo o país", disse. Ele explicou que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) geraram desdobramentos em São Paulo, no Rio e outras operações. "O STF, em dois precedentes, entendeu que fatos que não estejam relacionados a algo próximo à Petrobras não devem tramitar em Curitiba, mas em seus Estados", disse. "Há acordos de colaboração [premiada] que estão sendo objeto de decisão o STF", indicou.

O procurador afirmou que a Operação está num "movimento de expansão", com novos fatos vindo à tona, em decorrência de acordo de colaboração com indivíduos e de leniência com empresas. "Uma das áreas para qual a Lava Jato tende a se expandir é o marketing da Petrobras", afirmou durante a entrevista concedida na semana passada. "Outra área que estamos estudando é a das instituições financeiras. Não exatamente porque não existe um controle, mas porque várias delas violaram regras para praticar atos que acabaram favorecendo a realização de crimes graves contra a sociedade", acrescentou.

Dallagnol minimizou críticas de que a Lava Jato teria efeito negativo para a economia, ao ressaltar que o fator prejudicial é a corrupção. "Vários dos problemas que surgiram em decorrência da Lava Jato não estão ligados à atuação do Estado, mas sim às práticas dos crimes pelas pessoas que os cometeram anos atrás. Vemos ainda que corrupção e ineficiência econômica estão muitas vezes relacionadas", disse.

O procurador também evitou "polemizar" declarações de que haveria interesses estrangeiros e partidaristas na Operação. Ele não comentou "casos específicos", como um possível pedido de prisão do ex-presidente Lula, nem sobre afastamento da PF das delações da Lava Jato.

"Existe essa crítica de que a Lava Jato é partidária porque atingiria só membros do PP, PT e PMDB. Mas existe uma razão para que isso tenha ocorrido. Essa razão é a forma como os crimes se desenvolveram", afirmou. Dallagnol ressaltou que a investigação se debruçou por um largo momento sobre os crimes praticados na Petrobras e quem estava à frente da estatal eram pessoas indicadas pelo "partido no poder".

"A investigação continua evoluindo e é possível e até provável que as outras frentes que estão se desenvolvendo revelem crimes praticados por uma série de outros partidos que até então não estavam implicados", disse. "Se o STF decidir que esses casos devam ser investigados aqui em Curitiba, o tratamento que vamos dar será idêntico ao dado aos outros casos", acrescentou.

Sobre as dez medidas contra corrupção propostas pelo MPF e rejeitadas no Congresso Nacional, Dallagnol disse que, caso voltem à Câmara, acredita-se "que as medidas poderão ser reavaliadas com mais calma e profundidade. Sobretudo considerando que quando elas tramitaram na comissão especial, elas foram aprovadas na sua maior parte".


04 de fevereiro de 2016
diario do poder

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