"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

EM BREVE APARECERÁ UM CADÁVER


Manifestações de protestos estão se radicalizando


Trata-se apenas de uma questão de tempo. Logo uma dessas violentas manifestações de protesto verificadas nas grandes cidades vão gerar uma vítima. Ou mais de uma. Provavelmente alguém dos grupos mais açodados na arte de depredar. Mas por que não um das forças da repressão? Quem sabe um inocente infeliz colhido entre as duas forças em choque?

Está faltando um cadáver para levar ao ponto de ebulição os sucessivos episódios de rebelião verificados no país inteiro. Quando acontecer, adiantará muito pouco ficar buscando os responsáveis, porque essas coisas costumam ficar fora de controle. E geram resultados imprevisíveis.

Em São Paulo, em 1932, a morte de quatro estudantes fez nascer o MMDC e a revolução constitucionalista. Em Recife, anos depois, a morte de um estudante pela polícia foi o estopim do movimento que depôs Getúlio Vargas. No Rio, o assassinato de Edison Luís, quase um menino, marcou o rompimento final entre a juventude e o regime militar. Antes e depois, quantos mais episódios a História registrou?

MUITOS EXCESSOS – Dúvidas inexistem de excessos se sucederem, como o da noite de terça-feira, em Brasília. Teve de tudo, no confronto aberto entre policiais e manifestantes. Da depredação de ministérios a invasões de patrimônio público até bombas de gás, tiros e pancadaria. Durante horas ficou impossível respirar na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes. Carros foram incendiados. Vidros e janelas quebradas. Cabeças ensanguentadas.

Continuando o processo como vai, tanto faz onde, logo virá o primeiro cadáver da temporada. Depois dele, o imponderável e suas consequências. Até a intervenção militar vem sendo cogitada por um bando de energúmenos.

A culpa vai para os arruaceiros ou para o governo que rapidamente perde o controle da vida nacional, fruto de sua incompetência e incapacidade? No fundo de tudo, o desemprego, a crise econômica, a roubalheira na política, o descrédito dos partidos e do Congresso, a falência das instituições.



01 de dezembro de 2016
Carlos Chagas

Nenhum comentário:

Postar um comentário