"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 20 de novembro de 2016

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

         Como vencer a Cultura do Crime no Brasil?



Conceituar é denominar e definir as características básicas de um dado objeto ou sujeito. A conceituação pressupõe e exige uma intencionalidade e a aplicação de um juízo de valor sobre o objeto em questão. Conceituar significa definir as características fundamentais das coisas, acontecimentos ou fenômenos. Conceitos errados evoluem para preconceitos e acabam produzindo propostas equivocadas de soluções para problemas, geralmente, identificados incorretamente em sua essência.

Definir Crime Institucionalizado é fundamental. Quem manda no Brasil é a associação, para fins delitivos, entre as classes dirigentes (política e empresarial), membros dos Poderes Públicos e marginais de toda espécie, todos, unidos na parceria organizada para usurpar a máquina estatal e a sociedade, praticando o roubo, a corrupção, a violência e o terror. Sem a conivência dos agentes estatais o crime não se organiza, não se institucionaliza e nem prospera.

O Rio de Janeiro continua lindo, porém enfeiado pela violência urbana descontrolada que é uma das consequências do Crime Institucionalizado. Ontem, em mais um enxugamento de gelo gastando balas contra soldados que cuidam da venda de drogas, um segundo helicóptero blindado da Polícia Militar acabou derrubado. Uma das principais vias da Cidade Maravilhosa, a Linha Amarela, teve de ser interditada, causando caos e medo. Nada mais perfeito para ampliar a bagunça, a violência e a insegurança em um Estado falido pela corrupção e com dois ex-governadores na cadeia ou no eufemismo da "prisão-hospitalar-domiciliar".

Se a situação caótica do Rio de Janeiro fosse isolada, a preocupação talvez não fosse tanta. O problema é que a criminalidade, em seu sentido amplo e não restrito ao cotidiano dos confrontos com bandidinhos mequetrefes, saiu do controle. Todo dia, quadrilhas explodem caixas bancários eletrônicos em pequenas cidades do interior do País, sobretudo do Nordeste. As facções criminosas do Rio de Janeiro e São Paulo espalharam seus tentáculos. Nem tudo é noticiado. Certamente, porque não convém.

Os meios de comunicação preferem retratar as políticas de confrontos adotadas pela polícia nas favelas cariocas, e que geralmente resultam em mortos e feridos. A mídia amestrada considera mais cômodo botar coletinhos à prova de balas em seus repórteres e cinegrafistas, para fazê-los retratar o pretenso combate aos guerrilheiros do tráfico. Dependendo do clima pré-eleitoral, a polícia é criticada ou elogiada pela mídia em sua ação de combate aos “pés de chinelo do crime”. Eis o dilema entre o Bope e o Ibope...

Aí vem a pergunta que não quer nem pode calar: Como combater o verdadeiro Crime Institucionalizado (ou Crime Organizado) em um País cujo Estado não foi fundado pelo legítimo embate das forças da sociedade – e sim reinventado por outro Estado cheio de vícios, burocratices, corrupções e autoritarismos? O sistema é um inimigo inteligente. Não vai combater a si mesmo. É inútil esperar que isto aconteça, por milagre. Os cidadãos de bem precisam encarar de frente o problema com soluções estruturais - e não enxugamentos de gelo.

Não existe outra forma de combate ao crime, senão o confronto legítimo, com base nos princípios da Lei e da Ordem Pública. O problema é a dúvida que os conceitos errados deixam no ar: Confronto contra quem? Contra pobre, preto e favelado? Contra narcovarejista que é associado e treinado por grupos terroristas ou com intenções ideológicas? Contra o Foro de São Paulo e os vários grupos narcoguerrilheiros que pretendem revolucionar a América do Sul e Caribe? Contra o Legislativo, os políticos e partidos que formam alianças ocultas com os criminosos de toda espécie?

Contra quem? Contra o governo federal que desinveste nas Forças Armadas? Contra o Exército, a Marinha, a Aeronáutica ou a Polícia Federal que não cumprem direito a missão de defender nossas fronteiras? Contra o Judiciário que julga com rigor seletivo e colabora, com sua lentidão e ineficiência, para o sentimento de impunidade generalizada? Contra o sistema financeiro nacional e mundial que lucra alto e facilita o financiamento e a sobrevivência de várias atividades criminosas para manter as nações sob controle? Contra todos que são coniventes com o desastroso estado das coisas?

A "cultura criminosa" tomou conta do Brasil. A maioria das pessoas pode não estar contaminada por ela totalmente. No entanto, é afetada por ela diretamente. Como a maioria desconhece ou prefere fazer vista grossa ou ouvidos de mercador contra o verdadeiro inimigo, a Jararaca deita e rola e se reproduz como uma célula cancerosa. O remédio contra isso é amargo, quimioterápico, muito além de um simples antibiótico.

O verdadeiro inimigo é o Sistema do Crime Institucionalizado e sua "cultura" criminosa. É preciso e urgente acabar com sua hegemonia. Neste cenário e com a estrutura estatal e legal que temos, não temos instrumentos ideais para combater efetiva e eficazmente o crime institucionalizado. Temos de reinventar os instrumentos de combate. Só uma inédita Intervenção Cívica Constitucional dará jeito no Brasil. O resto é paliativo ou enxugamento de gelo.

Vale repetir: A Revolução Brasileira está em andamento. O Brasil está rachado. Ideologias extremistas contaminam as pessoas ignorantes ou letradas. O radicalismo torna o ambiente reacionário e explosivo. Ainda mais quando combinado com a violência - outro instrumento de dominação tão eficaz quanto às "ideias fora do lugar" e os conceitos errados. A estupidez é hegemônica.

O Crime é Institucionalizado. A Corrupção é sistêmica! Vencer esta cultura criminosa é fundamental. Dependerá de muita Fé no poder da Lei e da Ordem - garantidoras da vida. Qualquer concessão ao Crime Institucionalizado significa uma derrota de véspera. Nesta guerra de todos contra todos, onde o lema é o "salve-se quem puder", quem for tolo vai perder. O Brasil precisa e merece vencer!

Por isso, não confunda Sérgio Moro com Sérvio Mouro... O Inimigo é o Sistema... Romper com sua cultura criminosa é fundamental. Intervenção Cívica Constitucional, já!
Releia o artigo de sábado: Significados de 16 de novembro de 2016

Bem casados



Chutou o balde da obra









Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

20 de novembro de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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