"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

RELATÓRIO DA CONSULTORIA EMPIRICUS TRATAVA DO "FIM DO BRASIL". AGORA O TEMA É "O FIM DO MUNDO"

A consultoria Empiricus lançou esta semana um vídeo (no YOUTUBE tem o título "10 anos de recessão") em que alerta para que todos se preparem para uma catástrofe monstruosa, muito pior do que a prenunciada em 2014.

Veja em:

https://www.youtube.com/watch?vpxtz6r_9BJs

Título: "10 anos de recessão".

Agora a consultoria trata do colapso dos Bancos Centrais do mundo inteiro que apelaram para o "quantitative easing" ou impressão de dinheiro: banco central dos Estados Unidos, banco central da Inglaterra, banco central do Japão e banco central Europeu. Segundo a consultoria, estamos na iminência de uma gravíssima crise financeira, muito pior do que a de 2008. No vídeo cita-se o economista suíço Marc Faber, editor do "The Gloom Boom and Doom Report".

É exatamente o que temos falado desde 2009, quando iniciamos este site. Já naquele tempo (2008) Marc Faber falava que o dólar colapsaria e se iniciaria uma depressão econômica com hiperinflação. Embora estejamos realmente na iminência desta situação, acreditamos que as coisas se acomodarão como se tudo estivesse lentamente afundando na areia movediça, que é o que tem acontecido desde 2008.

O Banco Central dos Estados Unidos informou anteontem, 18, que as taxas de juros poderão subir em junho, terminando-se um extenso período em que estiveram em zero (de 2008 a 2015). Isso pode ser um blefe, para gerar ondas turbulentas de otimismo para a economia americana em "g-r-a-n-d-e d-e-p-r-e-s-s-ã-o" desde 2008.
Blefe ou não, o dólar no Brasil pode subir ainda mais por conta da corrida para os EUA. Se em junho os juros realmente subirem, coisa que não acreditamos muito, teremos um novo hiato inflacionário que somará ao atual surto, abrindo de vez as comportas para o retorno da inflação inercial e da indexação (correção monetária).
O Fed não pode aumentar os juros, na verdade, porque a dívida pública federal ultrapassa os US$ 18 trilhões e a arrecadação anual federal de tributos dos EUA é de US$ 3,1 trilhões agora, ou seja, se os juros subissem, o serviço da dívida se tornaria impagável.
Se os juros fossem de 10%, ter-se-ia 1,8 trilhão de dólares de despesa com juros, o que dá mais de 50% da arrecadação anual federal. É quase que única e exclusivamente por isso que os juros não sobem desde 2008. Não sobem também para não arruinar ainda mais os bancos falidos.

Na hipótese do blefe, se os juros não subirem em junho, estaremos na situação da moratória ("default") com subseqüente hiperinflação, o que faria 2008 parecer um passeio no parque. Aí a catástrofe continuará com data indeterminada. Por enquanto há data mais ou menos certa para uma reviravolta: junho. Daí para frente o dólar será catapultado para a estratosfera. Na hipótese contrária ele viraria pó, arruinando o mundo.

Se os juros subirem em junho nos EUA, o dólar irá para a estratosfera no Brasil, catapultando a inflação para dois dígitos mesmo sob forte recessão. Assim, estará sepultada a estabilidade econômica de 1994, seguindo a inflação para patamares de três dígitos e depois para quatro dígitos.

Aqui nós apenas resuminos a situação sem entrar em detalhes, pois desde 2009 já falamos exaustivamente desse colapso do dólar e quem acompanhou sabe. A Empiricus está dizendo o que nós falamos aqui desde 2009 quando este site entrou no ar. E a crise dos EUA em 2008 foi o "leitmotiv" que nos fez colocar este "site" no ar em 2009. O mundo sob ameaça de hiperinflação global.

Seja como for, o cenário de médio prazo para a economia é catastrófico, e se uma ditadura militar começasse agora depararia de imediato com uma praça de guerra econômica. Conversamente, a economia adicionará ao cenário político em ebulição mais lenha, trazendo o "impeachment" para a ordem do dia e consumando o que também já comentamos exaustivamente: o PT apelará para o FORO DE SÃO PAULO, mostrando sua verdadeira face para quem ainda não a conhece ou não acredita, impondo-se de fato a necessidade de intervenção militar, dada a catástrofe de dupla natureza para a ordem pública: política e econômica. Assim, paradoxo é o que define a situação atual.

A intervenção militar é necessária, pois não há mais autoridades no país, só criminosos, mas ao mesmo tempo a economia impede que ela se imponha por conta dos óbices à manutenção do apoio popular após sua instauração (por conta da insatisfação popular gerada por ausência de respostas imediatas). Conversamente, a necessidade de intervenção pode se tornar evidente se os Estados Unidos entrarem em "default", ou seja, se houver moratória da dívida pública dos EUA e hiperinflação, com o dólar virando pó, deflagrando uma onda mundial de anarquia por conta da desobediência civil em massa.

O cenário final mais provável é uma média de tudo: os juros não sobem nos EUA em junho, o dólar no Brasil se mantém alto e a inflação na casa dos dois dígitos segurada pela recessão cavalar. E o "impeachment" segue arquivado por Eduardo Cunha, o Demóstenes II, por conta de sua fé na honestidade sua e do PT, a despeito do petrolão na sua conta que o faz tão sereno e certo de que o PT não lhe passará uma segunda rasteira.
Tudo seguirá em fogo brando na panela de pressão até que o gás acabe em 2016.
Saber quando e como os Estados Unidos quebrarão é como tentar prever a quantidade de pessoas num protesto como o do dia 15 de março. Nesse ambiente, o controle do patamar inflacionário é igual ao controle da ejaculação. Tudo está em ponto de bala para explodir.

Todos os ingredientes para uma sensacional novela de Gilberto Braga estão na mesa, mas o que nós possivelmente veremos é uma novela de Manoel Carlos, um tédio sem fim, com coisas que demoram anos para se resolver, a nada se chegando ao final de tanto marasmo.

03 de abril de 2015

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