"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O VOTO CONSCIENTE: UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA


 
É inexpressivo o número de parlamentares oriundos das Forças Armadas, e vários fatores concorrem para esta pífia participação na política do País. Por razões legais, aos militares da ativa, é praticamente impossível conciliar aspirações profissionais e ambições políticas.
Os que se atrevem, da Ativa ou, em geral, os da Reserva, fracassam por vários motivos, e um deles é o de não contarem com o apoio de seus companheiros de farda.
Na verdade, a própria formação castrense, de total afastamento das atividades políticas, quando não ojeriza, tem concorrido para a falta de sensibilidade que ainda perdura no consciente de muitos militares.
Lamentavelmente, desatentos à realidade atual e transparente, de que nenhum setor da sociedade pode prescindir de representatividade política, e nenhum segmento pode abrir mão de seu direito democrático de se fazer ouvir em todos os plenários municipais, estaduais ou federais, não exercem, com plenitude, o direito do voto.
No entanto, podemos captar as aspirações de parcela significativa de militares e dependentes, prosseguindo o pensamento dos pioneiros que perceberam que o caminho futuro passa, necessariamente, pela eleição de candidatos militares ou civis, que de fato estejam compromissados com os interesses da Nação, das Forças Armadas e da Família Militar.
Hoje, considerando - se que o nível de canalhice atingiu os seus maiores índices e, portanto, diante de tamanho infortúnio, clamamos, não somente por representantes que se preocupem com o futuro das Forças Armadas; na verdade, exigimos mais, urge uma devassa, impõe - se uma renovação, e que um grito de revolta percorra o seio da classe política e atemorize os canalhas, poltrões e ladrões.  
Impõe - se o surgimento de uma nova casta de homens públicos, de parlamentares que assumam a hercúlea tarefa de moralizar e limpar a nódoa de permissividade que permeia e mancha a política nacional, hoje um covil de bandalhas e de falta de decoro. Certamente, homens públicos com esta determinação, oriundos ou não das Forças Armadas, seriam bem - vindos.
Felizmente, a consciência de que a formação de uma representatividade autêntica, cujo discurso seja pela moralidade, pelo cuidado com a coisa pública, com o respeito ao cidadão e com a preservação da soberania nacional, é uma aspiração positiva que começa a germinar no seio da população.
Os novos representantes, porta - vozes de uma parte da população que está desvalida poderão ser os cidadãos probos, que se proponham a legar aos brasileiros os valores que foram esquecidos. Eles não precisam envergar qualquer tipo de farda, basta que tragam no coração, arraigado, o nacionalismo, que persigam e preservem o seu idealismo, e que cultivem a cidadania como um dever.
Alguns, céticos, afirmam “mas isto levará tempo”.
Sem dúvida, para uma mudança de mentalidade, após décadas de incúrias, de malversação, de todas as espécies de falcatruas, de impunidade e de levar vantagem sem esforço; somente uma depuração, desde já, que redunde numa reviravolta no ensino, num chacoalhar em hábitos mesquinhos, que desperte brios, enalteça a dignidade, valorize a correção, o caráter e a probidade, poderá, em médio prazo, sacudir esta Nação.
Hoje conclamamos a todos, para que fiquem alertas, pois militares e civis de reconhecidas qualidades se propõem a moralizar o cenário político nacional, e eles dependem de nosso voto.
Por oportuno, é melhor começar agora. Antes tarde do que nunca.
Em São Paulo, o General da Reserva, Peternelli é candidato (2022) à Deputado Federal, e, pelo Brasil afora, outros como ele, militares de diferentes postos e graduações lançam - se corajosamente como candidatos.
Certamente, de mesmo porte, inúmeros civis de elevados propósitos de representar condignamente os seus eleitores aventuram - se na árdua tarefa de concorrer às eleições.
Não desperdicem o seu voto e ajam com cautela, mirem com bons olhos aqueles militares e civis, que por sua conduta ilibada merecem a sua atenção e, se possível, o seu voto.
Votem conscientes e ajudem a acabar com a esbórnia política que os maus representantes criaram na ânsia de se locupletarem e de utilizar o voto dos incautos como seu passaporte para as mordomias abusivas, para o mando sem freios, para o acesso às negociatas, à corrupção e à impunidade.
Brasileiros, acordem que ainda dá para endireitar este País.
14 de agosto de 2014
Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General de Brigada reformado.

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