"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

AH! SE HOUVESSE DEBATE TODO DIA... APESAR DO PÚBLICO NOVELEIRO.

Se houvesse debate todo dia, Aécio Neves e Marina Silva passariam para o segundo turno facilmente



O debate dos presidenciáveis na Band, que o jornalista Ricardo Boechat conduziu com a categoria de sempre, foi muito importante para quem está indeciso, sem saber em que votar. Sete candidatos à Presidência da República participaram.
Além da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), o confronto contou também com a presença de Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB) Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB).

No primeiro bloco, todos os candidatos responderam à mesma pergunta. O debate só esquentou a partir do segundo bloco, quando os participantes fizeram perguntas entre si, com livre escolha. É claro que Dilma Rousseff, Aécio Neves e Marina Silva tinham de ser os mais assediados.
E nesse entrechoque de opiniões, com direito a réplica e tréplica, Dilma Rousseff somente se saiu bem ao fazer suas duas perguntas, porque as trouxera escritas… Quando teve que falar de improviso, era aquela tragédia. Muito nervosa, acabava se atrapalhando.

Correndo atrás do prejuízo nas pesquisas, Aécio Neves estava seguro e agressivo. Fez sua primeira pergunta a Marina Silva e não a poupou, batendo pesado na crítica às posturas da adversária, que ficou nervosa e se atrapalhou um pouco. Esse segundo bloco foi dominado por Aécio, o único que conseguiu conciliar agressividade e humor.

Detalhe importante: Levy Fidelix, Luciana  Genro, Pastor Everaldo e Eduardo Jorge estavam bem no debate e como participavam sempre vergastando o governo do PT, deixavam Dilma Rousseff em dificuldades.
E a candidata do PT saía-se mal nas respostas, sempre atrapalhadas, no seu estilo personalíssimo. Saiu-se muito mal, por exemplo, quando perguntada pelo Pastor Everaldo Fidelix sobre o financiamento ao moderníssimo porto de Mariel em Cuba, enquanto os portos do Brasil estão obsoletos.

AÉCIO E DILMA

No terceiro bloco, houve perguntas de jornalistas da Band, com réplica e tréplica dos candidatos, e Marina Silva se saiu um pouco melhor, mas Aécio Neves continua tendo a melhor atuação, mostrando estar realmente preparado para a candidatura.  E citava sua experiência no governo de Minas.
Num confronto com Dilma, ela tentou ironizar a situação dos professores do Vale do Jequitinhonha, e Aécio deu-lhe um baile. Foi patético.
Pressionado por Eduardo Jorge, de quem é amigo pessoal, Aécio saiu-se bem respondendo porque é contra o aborto.

O quarto bloco foi semelhante ao segundo, com os candidatos fazendo perguntas entre si. Aécio Neves deixou a educação em casa e bateu pesado em Dilma, exigindo que ela pedisse desculpas ao povo pela situação em que está a Petrobras, porque a empresa passou a frequentar mais as páginas policiais do que as páginas econômicas dos jornais.
Ela respondeu que as acusações contra a Petrobras eram uma leviandade, fez um pronunciamento tentando passar um quadro otimista da estatal, citando números que levara numa pasta, mas na réplica Aécio voltou a vergastá-la, exigindo novamente que ela pedisse desculpas.

Marina Silva também se saiu bem neste bloco, em diálogos com o candidato verde Eduardo Jorge sobre reforma política e reforma tributária. Em suas participações, ela fazia questão de se livrar de qualquer radicalismo contra bancos, empresários e produtores rurais, enquanto Luciana Genro e Levy Fidelix aproveitavam para bater para valer nos bancos. firmando posição.
Marina deu show ao responder por que o Brasil não precisa de “gerentona”, mas de um presidente que conheça “estratégia política”. Só ficou mal no caso da independência do Banco Central e suas ligações com Neca Setubal e Guilherme Leal.

MAIS MÉDICOS

No quinto bloco, os jornalistas voltaram a fazer perguntas. E Dilma foi indagada sobre o programa Mais Médicos. Deu as explicações de sempre e repetiu uma afirmação estarrecedora, dizendo que graças ao Mais Médicos “50 milhões de brasileiros passaram a ter assistência médica”.
Ora, 50 milhões representam um quarto da população brasileira, e o programa Mais Médicos tem menos de 15 mil médicos. Como poderiam estar cuidando de 50 milhões de pacientes? É um número alucinado…

Dilma teve de responder sobre os conselhos populares e também sobre a pretendida regulamentação da mídia. Ficou mal ao tentar se explicar, porque no sorteio Aécio estava como comentarista do tema e ele teve condições de bater novamente nela.

Na rodada final, com cada um falando livremente, eles deram seu recado e o destaque foi o Eduardo Jorge, que aproveitou para fazer uma bem sustentada defesa da importância dos Partidos Verdes no Brasil e no mundo. É um grande político, deveria ser candidato ao Congresso, onde faz muita falta.
Traduzindo tudo isso: se a eleição dependesse só dos debates, Aécio e Marina iriam fácil para o segundo turno.

Quanto a Dilma, francamente… A mãe do PAC, o programa das obras inacabadas, da superusina de energia eólica sem linha de transmissão.

27 de agosto de 2014
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário