"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 29 de junho de 2014

O IMPASSE DO VICE



 
Aécio deverá decidir, até segunda-feira, quem será o vice da sua chapa. Tudo indica que será um paulista, mais provavelmente o senador Aloysio Nunes Ferreira. Poderá ele unir novamente o partido no maior colégio eleitoral do país? Ou será melhor buscar um vice nordestino, mesmo que por lá não existam nomes que agreguem votos como um representante do maior estado brasileiro? Leiam, abaixo, o trecho de matéria da Folha, de hoje, para ver o que está ocorrendo no PSDB de São Paulo. Os tucanos continuam sendo, como sempre, os maiores adversários de si mesmos. 

Kassab vinha negociando há meses um acordo com os tucanos. No auge das negociações, foi sondado por emissários de Alckmin sobre a possibilidade de ser o vice na disputa à reeleição. Mas a negociação naufragou por decisão do próprio Alckmin, que preferiu fechar aliança com o PSB na vice.

O PSDB paulista, então, ofereceu na última quarta-feira (25) a vaga de senador a Kassab. A iniciativa contrariou tratativas do próprio governador com o candidato dos tucanos à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Dias antes, em encontro reservado, Aécio e FHC defenderam que o ex-governador José Serra (PSDB) fosse o candidato ao Senado. Alckmin não se opôs nem disse que iria ofertar o posto a Kassab. Serra, que em maio havia mencionado a intenção de concorrer a senador, foi avisado por Aécio da articulação. Quando soube que a cúpula da sigla havia concordado em defender seu nome, disse, então, que topava.

Essa conversa ocorreu na noite da última terça-feira (24). No dia seguinte, Alckmin disse à imprensa que havia oferecido a vaga de senador a Kassab. A atitude do governador deflagrou descontentamentos em série no PSDB, e chegou ao auge na quarta (25) à noite, quando FHC, por telefone, discutiu com Alckmin. O ex-presidente teria cobrado o compromisso firmado anteriormente. Alckmin viu na atitude uma "intervenção" em seu palanque.

No dia seguinte, Serra foi ao Bandeirantes reafirmar a disposição de concorrer ao Senado. Ouviu que seu nome não era aceito por alguns dos partidos que integram a aliança de Alckmin e que o governo não poderia garantir que ele seria o único candidato da chapa.
 
Do Bandeirantes, Serra seguiu para uma reunião com Kassab. O ex-prefeito é um dos políticos a quem ele é mais ligado. Kassab apenas ressaltou sua "lealdade pessoal" a Serra. Não disse o que faria. Na manhã seguinte, reuniu aliados no partido e anunciou o apoio a Skaf.
 
No início de abril de 2018, Geraldo Alckmin estará deixando o governo de São Paulo para concorrer a um novo mandato de senador, deputado ou até mesmo para pleitear uma indicação partidária para concorrer à presidência da República. Deixará no seu lugar um vice do PSB, maior adversário do PSDB depois do PT. Este vice terá seis meses para consolidar a sua candidatura a governador, certamente apoiado por todos aqueles que querem varrer os tucanos de São Paulo. Claro, isto ocorrerá se Alckmin se reeleger. As suas últimas decisões somente o afastaram do próprio partido e alimentaram um inimigo que fica cada vez mais forte. 

29 de junho de 2014
in coroneLeaks

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