"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

UMA EXCELENTE IDÉIA

 

Comunismo – tanto pode significar o tipo de sociedade na qual a propriedade pertence à comunidade, cada pessoa recebendo o que necessita e tendo um trabalho de acordo com sua capacidade ou o movimento revolucionário que tenta estabelecer esse tipo de sociedade através da derrocada total do sistema capitalista, criando a ditadura do proletariado. (A Dictionary of Politics, Penguin, 1961)

Muito antes de Karl Marx, as extraordinárias sociedades ameríndias – incas, astecas, maias, sioux, apaches, moicanos, etc. – viviam em comunidades onde tudo era de todos e onde ninguém passava por necessidades de qualquer espécie. Eram felizes e sabiam disso. Tinham líderes para dirimir dúvidas e conflitos e um sacerdote, ou que outro nome tivesse, para sua orientação espiritual.

Ao conhecê-las, o europeu ambicionou suas terras e seus metais e mais poderoso nas armas, venceu-as com fúria. Mas não foram apenas as armas, as doenças contra as quais os indígenas não estavam imunizados muito ajudou na matança.

A história do mundo tem capítulos belíssimos e outros de uma hediondez absoluta. O nazismo foi das páginas mais abjetas, mas a liquidação das sociedades ameríndias não fica muito aquém dos horrores da II Guerra Mundial.


Marx escreveu belas páginas e Lenine inspirou-se nelas para derrubar o sistema perverso que dominava a Rússia, onde a servidão, em pleno século 20, não estava distante. Temos aqui a mania de só criticar a revolução russa, esquecendo o luxo nababesco da corte czarista diante da miséria degradante em que a grande maioria de seu povo vivia.

Infelizmente, a ideia central, que sob o comunismo a vida da sociedade seria guiada pelo princípio “de cada um de acordo com sua capacidade, para cada um de acordo com suas necessidades” e que, portanto, as diferenças entre classes, função social e propriedade desapareceriam, e que ao longo do tempo o Estado seria desnecessário, não vingou. Pelo contrário, surgiu a tenebrosa, por inculta e rude, ditadura do proletariado. O estado mais forte e cruel do que nunca.

Na China, outra bela página se desfez num miasma degradante. Mao Tsé Tung matou a fome milenar dos chineses, mas não conseguiu escapar da praga que o poder absoluto traz: a ambição desmedida e a crueldade desvairada.

Mas a roda continua a girar e li ontem no artigo do Elio Gaspari o que parece ser o início de outra página especial, desta vez por sua inteligência: o atual presidente da China, Xi Jinping, pretende mudar o padrão de combate aos larápios do tesouro chinês. O companheiro não vai preso, mas seu patrimônio é todo ele confiscado. “Condenar ladrão a viver como pobre talvez seja mais prático do que mantê-lo na cadeia”. (Uma Lição Que Vem Da China, Elio Gaspari, O Globo, 20/04/2014)

Será que essa belíssima ideia não pode vicejar aqui sem que antes haja uma revolução sangrenta? Será que não podemos aprender com a lição dos outros?

21 de abril de 2014
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

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