"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 26 de março de 2025

UM IMPACTO DEVASTADOR

Não sei você, amigo leitor, mas os números astronômicos causam-me um impacto devastador! Mas para fazer-me entender, melhor será dar meia volta, e retornar ao início dessa história, ou melhor desse impacto devastador, que logo esclareço tratar-se de uma devastação cognitiva.

Leio em Marcelo Gleiser, no seu livro "Despertar do Universo Consciente", que somos nós, habitantes do planeta Terra, as testemunhas, ou melhor, repetindo o cientista Marcelo, que o esse universo só existe por que estamos aqui, contando, ou tentando contar a sua história.

Testemunha, ou historiador desse vasto cosmos, seria o nosso único olhar que desvenda e narra a história do Universo, e aí vem o número devastador de qualquer tentativa inteligente de imaginar o que esse "tempo" representa: 13.8 bilhões de anos!!

Pasmos, com nossos instrumentos, observamos e vasculhamos o "espaço infinito", catalogando cada nova descoberta de algum astro, até então desconhecido no mapa astronômico dos nossos observatórios.

Esse "impacto devastador" desencadeia uma explosão psicológica e emocional, abalando o universo humano das nossas crenças!

Quando falamos no "espaço infinito", quando falamos em "vastidão cósmica", o mundo humano das nossas crenças iniciam a dança das impossibilidades e dos sonhos de vida eterna. Esfarela-se o poder central  das divindades que amparam as nossas fragilidades, a nossa mortalidade.

Ficamos órfãos da esperança, que o ser humano sempre acalentou. 

Mas não é da nossa natureza, viver sem esperança. Esse vazio nos angustia e nos mobiliza para recriar nossas divindades, e estendemos a essa vastidão cósmica, o pequeno céu que nos abrigava no seio do Criador. O infinito novamente cabe na caixa das nossas crenças.

É preciso conferir sentido a gratuidade! É preciso construir  nossas catedrais, nossas liturgias, nossos rituais e paramentos! Edificar o poder sagrado, e faze-lo representar por seres humanos especiais, que não habitam o nosso cotidiano, cada vez mais pobre de espiritualidade. Seres que estão sob a guarda de outras regras, de outras normas. Que respiram um ar mais rarefeito.

Eles habitam edificações majestosas, que buscam demonstrar o poder "religioso" acima do mundo convencional, onde nós, mortais que fazemos parte do re banho, os reverenciamos, agradecendo pela nossa "salvação".

Da Antiguidade ao mundo contemporâneo, habitamos o mundo ateista, politeista e monoteista, criamos nossas divindades e damos a elas o poder da vida e da morte. 

Mas quando bate em nossa cara, ou melhor, na minha, esse número 13.8 bilhões de anos, e diviso o silencioso e infinito espaço cósmico onde habitamos e flutuamos num planetinha azul, fico em estado de espanto!

E por enquanto, estou aqui, com outros 8 bilhões de humanos, aproximadamente, admirando as flores de um jardim, e pensando vagamente no milagre da vida... e me perguntando: como entender e colocar no centro dessas majestosas catedrais do poder simbólico do Amor Cristão, o nosso Jesus Cristo, humilde e amoroso tão próximo dos pobres e humilhados??

25 de março de 2025

prof.mario moura

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